Não há dúvida que Renato Aragão é um vitorioso. Saiu de uma situação de miséria em uma cidade que pouco ou nada oferecia a ele, e conseguiu achar a sorte numa cidade grande (Rio) para demonstrar seu talento inegável.
Esteve à frente das três formações do grupo humorístico Os Trapalhões, sendo a segunda, a melhor e insuperável até hoje com Mussum, Zacarias e Dedé.
Mas tão certo quanto seu carisma e verve artística, também são as polêmicas envolvendo seu nome.
Renato Aragão demite funcionário que o chama de Didi…
Suas desavenças com o restante dos Trapalhões eram notórias. Sempre se achou detentor dos direitos do nome e de sua conseguinte exploração. Renato ganhava bem mais do que os seus três colegas, juntos. Uma hora a casa caiu. Cansados de tentar uma solução pacífica, Dedé Santana junto com Mussum e Zacarias se reuniram com a direção da Globo em busca de solução. Como não veio (a emissora carioca sempre protegeu “Didi” em detrimento a seus parceiros), o jeito foi partir para a carreira independente. De um lado um trapalhão solitário em busca de outros atores para tal intento –chegou-se a comentar que dentre os possíveis escolhidos estariam Sérgio Mallandro e Carlos Moreno, garoto-propaganda da Bombril. De outro, o trio com sua carta de alforria nas mãos, saindo em voo solo.
Renato Aragão rebate declarações de Dedé Santana
Primeira empreitada da recém-fundada DeMuZa produções foi Atrapalhando a Suate. Renato lançava, em contraposição, seu filme O Trapalhão na Arca de Noé, com Xuxa e Mallandro. Ambos foram fracasso de bilheteria.
Por longos sete meses, Aragão tocou o programa sozinho, além de se manter como redator final. Os índices de audiência começavam a incomodar o canal que pôs um ponto final na cisão entre os integrantes em uma reunião onde houve reajuste de valores, e a exploração da Renato Aragão Produções diminuiu sobre os outros três.
A FARSA DO 'CRIANÇA-ESPERANÇA'
Renato se tornou embaixador da Unicef no Brasil. Seu papel era o de fomentar as doações no programa Criança Esperança. Por muitos anos deu certo e as pessoas doavam sem pestanejar. Mas com a popularização da internet ficou fácil entender que nem tudo que reluz é ouro. E a farsa começou a aparecer.
Exposto também em sua forma rude de tratar seus funcionários diretos (“Didi Não! Pra você é Doutor Renato!”), Aragão se pôs a bancar a vítima, via redes sociais, alegando nunca maltratar empregado seu.
Outra de suas hipocrisias foi criticar duramente os humoristas atuais (indireta pra galera do PORTA DOS FUNDOS) que satirizam as religiões. Um vídeo no Youtube mostra “Didi” escrachando com cultos diferentes, sem o menor pudor. Faça o que eu falo, mas...
Sua insistência em manter um programa nos moldes do anterior –ele não admite, mas foi uma tentativa vergonhosa de reeditar Os Trapalhões-- acabou por desgastá-lo profissionalmente.
E quando as pessoas passam a enxergar um artista com todas as suas nuances, a tendência é se decepcionar, principalmente quando a celebridade em questão tem um telhado de vidro bem frágil.
Renato Aragão se notabilizou com o personagem do migrante que é tomado por ingênuo, mas que acaba se perfazendo em cima dos outros. Os Trapalhões, fossem quem fossem, sempre serviram de escada para o seu talento, uma forma egoística de crescimento profissional. Dedé Santana sempre disse isso, publicamente. Só foi obrigado a se retratar, para retornar à Rede Globo. O que não muda os fatos sobre Renato Aragão.
Renato Aragão, o mais novo desafeto dos Cristãos
Ainda assim, seu talento sempre foi imenso, assim como seu ego. Que o diga os remanescentes do humorístico que o alçaram a fama.
Pra quem sempre pregou a simplicidade e a humildade com seu personagem único, “Didi Mocó Sonrisal Colesterol Novalgino Mufumbo”, Renato destoa completamente de sua obra. Isso que é atuar.
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