segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

SIMPLESMENTE, JOY DIVISION....














Banda que marcou época, apesar do pouco tempo de existência, o Joy Division conseguiu com apenas dois discos dizer a que veio e influenciar gerações. Com forte influência do punk (eles decidiram formar um grupo de rock após assistirem a um show dos Sex Pistols), Ian Curtis, Bernard Summer, Peter Hook e Stephen Morris criaram o Warsaw, nome que ficou até a gravação do primeiro disco Unknow Pleasures.

Numa definição mais próxima do que eles faziam, o Wikipédia define o trabalho do grupo como: caracterizado por densas melodias, bastante marcadas pela bateria quase "militar" de Stephen Morris, e uma tendência para a depressão e a claustrofobia. As letras obscuras e extremamente poéticas de Ian Curtis se tornaram uma característica marcante do grupo, assim como seu vocal.

As letras, na sua maioria de Ian, a figura mítica da banda, bebiam na fonte do que havia de melhor na época, principalmente David Bowie, de quem Curtis era fã declarado, em especial de uma de suas mais emblemáticas canções, All the young dudes. Também serviu de inspiração para o vocalista as performances do belga Jacques Brel, carregadas de emoção, característica que, também permeava os shows do Joy.

Levando para suas composições as coisas que vivenciava no dia a dia, Ian conseguia falar de suas maiores tragédias pessoais sem ser piegas ou apelando para o folhetim barato. Usando muitas vezes o recurso da metáfora, suas músicas tinham uma poesia única. 

Trabalhando em tempo parcial em uma repartição pública, algo como o nosso INSS, ele tinha contato com pessoas disfuncionais e em dificuldades. Foi quando conheceu uma mulher que sofria de epilepsia, já em um estágio mais avançado. Ele mesmo uma vítima da mesma doença (e muitas vezes seus ataques aconteciam no palco, durante os shows) ele logo criou um elo especial para com ela.Quando a mesma veio a falecer, Curtis desabou emocionalmente e compôs uma de suas mais belas canções: She's lost control,em sua homenagem –a propósito, ele mesmo,como que se protestasse contra o avanço da doença, simulava os ataques epilépticos, como num ritual, que acabou virando sua marca indelével e influenciando outros roqueiros famosos, como aqui no Brasil, com Renato Russo e Arnaldo Antunes.

Na mesma época, já com um casamento em crise, levou para a música, aquilo que estava sentido em relação ao relacionamento. Daí veio a mais conhecida do grupo: Love will tear us apart, que é a mesma do vídeo acima. De show em show, a banda crescia no mundo do rock com apresentações diárias; ao mesmo tempo em que Ian desabava em depressão profunda devido à doença que avançava rápido, ao casamento que desmoronava (muito por culpa dele mesmo), a sensação de incômodo de se tornar um astro da música, coisa que lhe causando mal estar. Ele se considerava um compositor, um poeta que usava a música pra se expressar.



Faltando poucos dias para a tão aguardada turnê americana (necessária para qualquer banda estrangeira para fazer sucesso mundial), Ian Curtis se enforcou em sua casa, em maio de 1980.

Com apenas dois discos oficiais, mas com muito material de sobra (estúdio e ao vivo) que ajudaram a pavimentar de vez na história do rock, o nome Joy Division –divisão da alegria que era o nome dado para a área onde as mulheres de origem judaica eram dadas aos oficiais da SS na Alemanha nazista --marcou a história do rock e eternizou Ian Curtis na galeria dos poetas da música.





Em 2007 foi lançado o filme Control, baseado no livro Touching from a distance da viúva de Ian, Deborah Curtis, cujo o desempenho do ator Sam Riley é assombroso. Postei o trailer do filme, mas não achei legendado. Mas de qualquer forma vale assistir a película, uma obra fiel e sem retoques do diretor Anton Corbijn.



2 comentários:

  1. Emocionante a história de Ian Curtis. Sobre sua doença, eu não sabia. Com certeza era um ser humano sensível. Vou ouvir mais Joy Division.

    Excelente post, Marcelo! :)

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    1. Oi Carol, conheci a história do Ian, através da banda e corri atrás pra entender as letras e o porquê de tanta melancolia. Acabei me surpreendendo, tbm. Ele, assim, como o grupo, acabaram por marcar a história do rock, apesar do pouco tempo de existência. E é uma das minha preferidas. Valeu pelos elogios, minha amiga

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