SAI DE BAIXO - CRÍTICA

Para comemorar 3 anos de existência do Canal Viva, a Globosat encomendou 4 episódios inéditos de Sai de Baixo. a sitcom que durou seis temporadas.

A esperança era reviver o sucesso da série, mas o resultado foi decepcionante.

Com um elenco sem a mesma sintonia, com piadas repetitivas e roteiros pouco inspirados, Sai de Baixo se mostrou uma aposta não muito feliz do Canal.

Claro que se comparar aos programas vigentes na TV brasileira (e até no cinema) o seriado sobra. Mais devido ao nível baixo, apelativo e sem criatividade das produções atuais, que inundam inclusive a tv por assinatura, do que propriamente brilhantismo de Sai...

A série que estreou em 1996, tinha como fonte de inspiração (traduzindo, plagiou o que pôde) o formato de A Família Trapo, exibida pela Record e que tinha Ronald Golias, o gênio, como figura de destaque. Plagiava o formato e conseguiu agradar a audiência, que patinava frente ao SBT, com o programa Topa Tudo por Dinheiro, de Silvio Santos. Ele incomodava a Globo, havia tempos, e chegou a ganhar com folga. O seriado foi a resposta eficiente contra o "patrão".

Mas o momento era outro, a série era diferente e o elenco também. Além de Luíz Gustavo, idealizador do show, contava com Miguel Falabella, Marisa Orth, Tom Cavalcanti (inspiradíssimo), Claudia Jimenez e Aracy Balabanian. Atores certos em papéis adequados. Com a, também, constante presença de convidados ilustres (no melhor estilo Friends), como Tony Ramos, Ary Fontoura e cia.

Mas as constantes guerras de ego (a eterna fogueira de vaidades que aparece quando o produto é um sucesso gigante) forçaram as baixas no elenco; Tom e Claudia nunca foram substituídos à altura.

As piadas se tornaram cansativas, Falabella teve dores de cabeça com seu famoso "eu tenho horror a gente marrom", rapidamente trocado por "eu odeio pobre", depois de um processo por racismo que ele enfrentou e a sintonia já não era mais a mesma.

É valida a tentativa do Canal Viva em tentar resgatar o sucesso de Sai de Baixo. O saudosismo justifica a empreitada.

Mas também é sinal claro que a comédia brasileira precisa se reciclar com urgência. Ou ficaremos dependentes de excrescências como Zorra Total e de subprodutos estrelados por herdeiros sem graça do saudoso Chico Anysio. Aí já é demais.