domingo, 29 de setembro de 2013

RÉQUIEM...






Uma das mais belas e profundas letras que já ouvi. E só podia ser do saudoso Maluco Beleza...





Canto Para


 A Minha 



Morte


Raul Seixas



Eu sei que determinada rua que eu já passei
Não tornará a ouvir o som dos meus passos.
Tem uma revista que eu guardo há muitos anos
E que nunca mais eu vou abrir.
Cada vez que eu me despeço de uma pessoa
Pode ser que essa pessoa esteja me vendo pela última vez
A morte, surda, caminha ao meu lado
E eu não sei em que esquina ela vai me beijar
Com que rosto ela virá?
Será que ela vai deixar eu acabar o que eu tenho que fazer?
Ou será que ela vai me pegar no meio do copo de uísque?
Na música que eu deixei para compor amanhã?
Será que ela vai esperar eu apagar o cigarro no cinzeiro?
Virá antes de eu encontrar a mulher, a mulher que me foi destinada,
E que está em algum lugar me esperando
Embora eu ainda não a conheça?
Vou te encontrar vestida de cetim,
Pois em qualquer lugar esperas só por mim
E no teu beijo provar o gosto estranho
Que eu quero e não desejo,mas tenho que encontrar
Vem, mas demore a chegar.
Eu te detesto e amo morte, morte, morte
Que talvez seja o segredo desta vida
Morte, morte, morte que talvez seja o segredo desta vida
Qual será a forma da minha morte?
Uma das tantas coisas que eu não escolhi na vida.
Existem tantas... Um acidente de carro.
O coração que se recusa abater no próximo minuto,
A anestesia mal aplicada,
A vida mal vivida, a ferida mal curada, a dor já envelhecida
O câncer já espalhado e ainda escondido, ou até, quem sabe,
Um escorregão idiota, num dia de sol, a cabeça no meio-fio...
Oh morte, tu que és tão forte,
Que matas o gato, o rato e o homem.
Vista-se com a tua mais bela roupa quando vieres me buscar
Que meu corpo seja cremado e que minhas cinzas alimentem a erva
E que a erva alimente outro homem como eu
Porque eu continuarei neste homem,
Nos meus filhos, na palavra rude
Que eu disse para alguém que não gostava
E até no uísque que eu não terminei de beber aquela noite...
Vou te encontrar vestida de cetim,
Pois em qualquer lugar esperas só por mim
E no teu beijo provar o gosto estranho que eu quero e não desejo,mas tenho que encontrar
Vem, mas demore a chegar.
Eu te detesto e amo morte, morte, morte
Que talvez seja o segredo desta vida
Morte, morte, morte que talvez seja o segredo desta vida




sexta-feira, 27 de setembro de 2013

A MTV Vai Deixar Saudades...




Culpa de uma visão equivocada da direção da casa ou apenas vítima dos novos tempos que pulverizaram os videoclips e banalizaram a música como um todo. Qual seja a razão para o fim da MTV, ainda assim ela será sempre lembrada como um divisor de águas na televisão brasileira.

O Grupo Abril, detentor da marca desde 1990, repassará à Viacom os direitos de exploração, fazendo com que o canal musical vá para a TV por assinatura, concorrendo com VH1, Multishow e similares. A tendência é ser engolida pelo sistema.

Desde os primórdios a MTV se mostrou de vanguarda. Ousava com seu estilo despojado e com programação diferenciada. Os nomes que se mostravam talentosos conseguiram dar uma identidade própria à emissora do Sumaré ¬ bairro da zona oeste paulistana, onde ficava a sede. Pena que dos muitos nomes que por lá passaram, nem todos vingaram fora do formato livre da Music Television. Muitos chegaram a cair no ostracismo. Outros tiveram que voltar ao canal para se reencontrarem como profissionais.




Os primeiros dias de transmissões foram alucinantes, recheados de boa música (o momento era propício) e cheios de energia. Mesmo involuntariamente, acabei tomando parte da inauguração, ao ser entrevistado por uma repórter do canal que queria abordar sobre o “futuro” e a ficção científica. Esse era o jeitão da trupe que trabalhava lá: não estavam seguindo padrões pré-determinados. Tinham seu próprio ritmo e isso era admirável.

Por lá eram exibidos filmes, desenhos que se tornaram cult (Beavis and Butthead, Garoto Enxaqueca e South Park). Entrevistas em formatos diferentes, shows dos mais variados e a inclusão de humor na programação, sem nunca descuidar da informação sobre música e afins.

Com o tempo foi sedimento os gêneros musicais (Heavy, Rap, Eletrônica). Criou espaço para os clássicos e inovou em games e shows que seguiam a linha da matriz, nos EUA, mas com um toque bem brasileiro que o canal imprimiu ao longo dos anos.

Cazé, Marina Person, Zeca Camargo, Gastão, Cris Couto, Fábio Massari, Soninha e Astrid Fontenelle surgiam como expoentes na emissora.


MAS...

Com o tempo o canal foi se adaptando. Já não era mais a Televisão Musical de outrora. Nomes que haviam se destacado começaram a sair e se arriscar em canais de TVs maiores.

A direção da casa começava a se moldar aos ditames da indústria fonográfica e os estilos musicais já não eram de bom gosto. Novos tempos...

Tinha no seu Video Music Brasil a cereja do bolo (financeiramente falando) e o seu inovador formato Acústico que se tornou sua marca registrada. Até desgastá-lo por completo, devido à repetição e a escolha de nomes sem afinidade com o estilo unplugged.

A MTV começou a patinar com a chegada do novo milênio. Não soube se adaptar e tropeçava nas coisas que ajudou a criar. Os nomes que chegavam ao canal musical nem de longe lembravam os pioneiros que ajudaram a sedimentar a emissora.  Limitados e sem carisma. Pessoas como Luana Piovani, Marcos Mion, Fernanda Lima e Daniela Cicarelli eram rostinhos que ficavam bem no vídeo, mas empolgavam pouco. Tiveram seus momentos. E foi só.

A direção artística da casa também não colaborava, assim como os mandachuvas da Abril, que já queriam se livrar do imbróglio que era a marca MTV. O grupo passava por dificuldades financeiras e queria se ver livre de tudo aquilo que não era economicamente viável. Era o começo do fim.



A emissora chegou ao fim oficialmente no dia 26 de setembro, mas há muito tempo estava na UTI.

As 23 e 57 minutos, rolou o último video da casa: The Soup Dragons (I'm Free). Escolha pessoal de Astrid que comandou o final da apresentação e uma das pessoas mais significativas da emissora do bairro do Sumaré, em SP. O som relembrou os momentos legais da MTV, quando a prioridade era a boa música.

Fica a história de uma emissora pequena (em SP era exibida em UHF, o que significava, naquela época, uma audiência ínfima) que chacoalhou a TV brasileira nos anos 90 e que encerrou suas atividades de maneira melancólica.


Ao menos valeu a viagem.



     (VJs das antigas que compareceram à festa. Em tempo: os "globais" Zeca Camargo, Tatá Werneck, Marcelo Adnet e Márcio Garcia não compareceram, é óbvio...)




Acompanhe também:







quarta-feira, 25 de setembro de 2013

O ILUMINADO – Livro, Filme e Seriado





O Iluminado (1977) é um livro de horror de Stephen King, famoso escritor estadunidense. O título foi inspirado em uma música de John Lennon chamada "Instant Karma!", que contém a frase "We all shine on…". Stephen King quis originalmente dar o nome ao livro de "The Shine", mas mudou o nome quando percebeu que "shine" era gíria pejorativa para negros. Esse foi o terceiro livro de Stephen King e primeiro best-seller em capa-dura. O sucesso do livro foi tanto que firmou King na carreira de escritor, como um dos mais famosos no gênero. Um filme baseado no livro, "The Shining", dirigido por Stanley Kubrick, foi lançado em 1980, trazendo no elenco Jack Nicholson. Mais tarde, em 1997, o livro foi adaptado para mini-série na televisão, trazendo no elenco a famosa Rebecca De Mornay.



O Iluminado (1980) é um filme realizado pelo genial Stanley Kubrick. Segue a mesma linha do livro, porém toma certa ‘licença poética’ ao alterar alguns detalhes. E, apesar de ter feito um dos melhores filmes de terror de todos os tempos, o autor Stephen King detestou o resultado final, dizendo que Kubrick não fora fiel à sua obra.



O roteiro mostra o contexto de uma família isolada em um hotel, do qual tomam conta, cujo pai, escritor, sofre da antes introduzida Síndrome da Cabana, que ocorre quando pessoas vivendo muito tempo enclausuradas se rebelam umas contra outras.
O filho do casal tem uma "iluminação" que o torna capaz de prever e rever acontecimentos e é provido de uma inteligência incomum para sua idade.


                                     (Danny - versão de 1980 e 1997)

O filme aborda assuntos como reencarnação, predestinação e previsão do futuro, obra que caracteriza otimamente a criatividade do seu diretor, refletida em cenas mundialmente conhecidas, mesmo sem saber se referentes ao filme.
A cena em que aparecem as irmãs (8 e 10 anos) assassinadas foi considerada uma das cenas mais aterrorizantes da história do cinema. Jack Nicholson afirmou que nunca mais conseguiu livrar-se dos trejeitos do personagem.
A direção impecável (por vezes tirânica) de Stanley, a atuação de um elenco afinado e o roteiro bem construído são os destaques da produção.


                                    (Jack Torrance - 1980 e 1997)

O Iluminado (1997) é uma minissérie produzida pelo próprio King, que assim teve controle artístico de tudo, sendo sua resposta à versão de Kubrick.
Em seus três episódios (e, portanto com mais tempo) consegue ser mais fiel ao livro, do que o filme. Mas nem por isso se faz melhor que a película. Durante mais de cinco horas o roteiro se arrasta e não empolga. Se quis ser fiel à sua obra, King pecou pelo exagero na apresentação dos personagens e o motivo que os leva a ser quem são.

Já Stanley Kubrick imprime um ritmo que, paulatinamente, vai conduzindo o espectador para uma atmosfera claustrofóbica. Abre mão dos problemas familiares mostrados no livro, para ir direto ao ponto. Em pouco mais de duas horas dá seu recado, com estilo de sempre.



E o clima sombrio e angustiante da produção de 1980 é, até hoje, referência para fãs de filmes de terror. Nicholson imortalizou o personagem Jack Torrance com seus trejeitos assustadores e a até a trilha sonora é um diferencial, na comparação com a série.

Portanto, O Iluminado entra para o seleto grupo em que o filme é infinitamente melhor que o livro. Mesmo que o próprio autor não concorde com isso.



 *Final de O Iluminado revelado












segunda-feira, 23 de setembro de 2013

SÉRIES QUE: Esticaram Demais






Sinopse: O Dr. Gregory House é contra o contato com os pacientes e evita até mesmo falar com eles se não for preciso. Lidando com sua constante dor física, ele usa uma bengala que parece acentuar seu comportamento rude e brutalmente honesto. Embora seu comportamento possa ser taxado como anti-social, House é um médico dissidente cuja maneira nada convencional de pensar e instintos certeiros permitem que ele seja respeitado por todos. Especialista em doenças infecciosas, ele é um brilhante médico que adora os desafios da medicina que ele terá que solucionar para poder salvar vidas.

House M.D. é um seriado único na TV mundial. Sua resistência em manter contato com outros seres humanos, apesar de sua genialidade na medicina, fez o personagem se tornar clássico.


Mas houve um desgaste ao longo da exibição da série que, por mais que os produtores inventassem uma tragédia ao final de cada temporada para manter a audiência, era insuficiente para manter o padrão intacto. Ainda assim, Dr. House se tornou cult. Mas com seis temporadas (ao invés de 8) teria conseguido passar a mensagem de maneira mais sucinta.





Sinopse: A série mostra a vida do Superman quando ele ainda era apenas um adolescente, que nem imaginava os poderes que tinha. Ao invés de lidar com vilões e proteger o mundo, Clark Kent terá que enfrentar a escola, as dificuldades de se conquistar as garotas e lidar com seus rígidos, porém amáveis, pais, enquanto seu corpo passa por muitas mudanças — e nem todas elas relacionadas à puberdade: uma super-força, visão de raio-x… Mais forte e mais rápido do que qualquer outra pessoa, Clark não consegue entender porque se sente tão deslocado, principalmente na presença da bela Lana Lang, cujos pais foram mortos da chuva de meteoros que o trouxe à Terra. E numa grande diferença em relação às outras histórias, Clark se torna amigo de seu futuro inimigo, Lex Luthor.



O seriado Smallville, que começou de maneira agradável, com estilão adolescente (apesar dos atores beirarem os 30) se encaixou bem no perfil da emissora CW, que tem produções voltadas para essa faixa etária. Com um elenco correto para os personagens, e em especial Michael Rosebaum, inspiradíssimo com Lex Luthor, a trama sempre deixava o telespectador com gostinho de 'quero mais' a cada final de temporada. Mas ao final da 7ª, quando os principais vilões morreram, a graça da série começou a se extinguir. Conseguiu se arrastar até a 10ª e sem maiores emoções. Mas teve seus momentos.







Sinopse: Grande sucesso de crítica e de público, “E.R.” trata do cotidiano da emergência de um hospital público de Chicago, visto sob a ótica dos médicos e enfermeiros que trabalham ali.
Os conflitos profissionais e as histórias dos pacientes atendidos no pronto-socorro misturam-se aos dramas pessoais dos médicos na série .

Precursora de outros seriados sobre o cotidiano de hospitais, Plantão Médico (como ficou conhecido no Brasil) influenciou outras emissoras a apostarem no estilo. "Private Practice", “House”, “Grey’s Anatomy” e “Scrubs”. Até "Chicago Hope", considerada mais profunda em seus dramas e que iniciou praticamente junto tinha semelhanças com a série.

Mas após constantes mudanças no elenco (não obstante a qualidade do roteiro ter se mantida de maneira razoável) a audiência começou a declinar. Terminou após 15 temporadas, pelo menos 5 a mais do que o necessário. Mas entrou para a história da TV americana.






Sinopse: O drama de uma mãe solteira tentando criar sua filha adolescente”, pode soar um pouco melodramático. Mas, o que Gilmore Girls tem de diferente? Em primeiro lugar, mãe e filha são tão parecidas, que mais parecem irmãs. A diferença de idade entre elas, então, é as vezes até parece inexistente. Lorelai (a mãe) teve sua filha Rory (que por sinal, também se chama Lorelai, mas prefere usar o apelido, como uma maneira de diferenciar-se de sua mãe) ainda na adolescência, aos 16 anos.



Com diálogos rápidos, críticas mordazes à cultura americana, além do drama de mãe e filha em uma fictícia cidade aprazível do interior dos EUA, às voltas com problemas familiares, profissionais e emocionais "Tal Mãe, Tal Filha" (como ficou conhecido no Brasil, quando era exibido pelo SBT) cativou a audiência aqui e nos EUA. Mas a partir da 5ª temporada o formato parecia ter se extinguido. Piorou quando na metade da 6ª tiraram a criadora da série, Amy Sherman-Palladino, do comando do seriado. A 7ª parecia se arrastar para um final previsível e com diálogos pouco inspirados.







Sinopse: Dead Zone ou O Vidente era baseado no best-seller de Stephen King que deu origem a um filme popular; esta série dramática conta a história de Johnny, um professor de uma cidade pequena que sofreu um terrível acidente de carro. Depois de passar seis anos em coma, ele acorda e descobre que, toda vez que alguém o toca, ele tem visões do passado ou do futuro da pessoa.
Com este incrível poder, Johnny passará a usá-lo para salvar vidas e alterar o destinos. Mas isso terá um preço muito alto.



Se por um lado o filme homônimo (A Hora da Zona Morta) dos anos 80 não permitia contar a rigor, a história que King passou em seu livro, um seriado com 6 longas temporadas tampouco. Após a 4ª tudo parecia se repetir e o seriado começou a se tornar repetitivo. Com alguns lampejos, apenas. Mas com números de audiência suficientes para prolongar por mais dois anos.






Sinopse: The West Wing (Nos Bastidores do Poder no Brasil) foi uma premiada série dramática, norte-americana, exibida originalmente pela NBC, de 1999 a 2006, com Martin Sheen interpretando o personagem principal, “Josiah Bartlet”, presidente fictício dos Estados Unidos, do Partido Democrata.West Wing mostra acontecimentos na Casa Branca, especificamente na ala Oeste, o centro nervoso do lugar, onde o presidente (Martin Sheen) e seus assessores diretos trabalham. Entre eles estão: Sam Seaborn (Rob Lowe), subdiretor de comunicação; Leo McGarry (John Spencer), Chefe de Gabinete (Chief of Staff); Toby Zigler (Richard Schiff), diretor de comunicação; Madeline Hampton (Moira Kelly), uma passional consultora política; Josh Lyman (Bradley Whitford), chefe de Madeline e C.J. Creeg (Allison Janney), uma super secretária de imprensa, cujo papel é falar pela Casa Branca e livrar o presidente de embaraços!



Até a 5ª temporada, com a quantidade prêmios e a audiência cativa, The West Wing estava bem. Mas a partir da 6ª já não havia a mesma performance. E as mudanças (entre elas, Martin Sheen deixar o Salão Oval) fizeram com que, aos poucos, os espectadores fossem perdendo o interesse. Ainda assim havia bons índices que garantiram o seriado por mais duas temporadas.








Sinopse: Third Watch (Parceiros da Vida, no Brasil) foi um seriado de televisão norte-americano do gênero drama exibido na NBC entre 1999 e 2005, tendo um total de seis temporadas. Foi produzida pelos mesmos produtores da série Plantão Médico. No Brasil, foi exibido pelo canal SBT, sempre em horários noturnos ou na madrugada. A série mostra o dia a dia de policiais, paramédicos e bombeiros do 55° distrito da cidade de Nova York. O watch do título original da série pode ser traduzido como turno de trabalho. Assim, os personagens principais da série fazem parte do 3° turno diário de trabalho, iniciando às 15:00 horas e encerrando às 23:00 horas da noite, sem contar com possíveis horas extras. O distrito policial, assim como o corpo de bombeiros fica na esquina das ruas King St. com a Arthur St., sendo assim apelidado de Camelot. As cenas externas da série foram filmadas no Queens. Apesar de existirem várias séries com temas isolados, somente Third Watch trouxe no mesmo programa televisivo os três principais serviços de emergência de Nova York juntos.



Criada por um dos produtores de Plantão Médico, John M. Wells, a ideia surgiu com a pergunta: "quem são as pessoas que levam as vítimas até os hospitais?". A partir daí os policiais, bombeiros e paramédicos foram retratados de maneira humana, com seus dramas pessoais. Mas, apesar de manter bem dosados os casos (entre polícia, departamento de bombeiros e os hospitais, sendo que todos apareciam de maneira igualitária), no final da 3ª temporada houve uma guinada para o policialesco, o que deixou a série, aos poucos, com cara de lugar comum. Nem isso foi suficiente para salvar o drama. Com índices que não satisfaziam a emissora, a série foi finalizada na 6ª temporada.






Sinopse: Há 20 anos, Sam e Dean Winchester perderam sua mãe em um trágico e misterioso acidente, no qual as forças sobrenaturais — muito obscuras — estiveram envolvidas. Por esta razão, seu pai decidiu ensiná-los a lidar com a vida sobrenatural, ensinando-lhes técnicas de defesa contra as forças do mal; chegando até a ensinar a maneira ideal para matar os diferentes tipos de demônios. Agora, os irmãos Winchester percorrem os Estados Unidos em seu velho Chevy travando uma verdadeira batalha contra a obscuridade e a maldade. Objetos amaldiçoados, vampiros, bruxas e entidades maléficas — incluindo um Papai Noel não tão bonzinho — são só alguns dos desafios que estes dois irmãos têm de superar.


Rumando para a 10ª e derradeira temporada, a saga dos Winchester há muito deixou de ser empolgante. No início, Supernatural, sendo chamado carinhosamente de “Arquivo X para adolescentes”, teve três primeiras temporadas empolgantes e que cativavam. Após a 5ª começou um festival de repetição (anjos, demônios, apocalipse, quem vai pro purgatório, quem vai pro inferno...) que acabou dilapidando o seriado. Culpa, em parte, dos produtores da emissora que afastaram o criador, Eric Kripke, do comando criativo do show. Como já aconteceu em outras produções televisivas, não deu certo.







Sinopse: A série segue Dexter Morgan, que é um especialista forense em padrões de espalhamento de sangue que trabalha para o Departamento de Polícia de Miami. Ele é também um serial killer, que mata pessoas que a polícia não consegue prender. Ele precisa esconder sua vida dupla de sua irmã, de sua namorada e de seus colegas de trabalho. Ele fica intrigado com um assassino que descobriu uma forma de matar mulheres sem deixar uma gota de sangue nos corpos.
Seriado único, por mostrar do ponto de vista do próprio serial killer o porquê de suas escolhas, dando contornos de dramas pessoais para sua “opção de vida”, Dexter sempre cativou os fãs e apresentava expressivos números de audiência, mesmo para um canal a cabo, nos EUA.

Mesmo com um serial killer diferente a cada temporada e com os perigos de ser descoberto, sendo quem é e trabalhando na própria força policial, a empolgação do seriado Dexter diminuiu na 7ª. A 8ª, então se tornou desnecessária, com um final sem empolgar. Ainda assim, já entrou para a história da televisão por seu jeito diferente de tentar humanizar um assassino em série.


Acompanhe também:





quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Clássicos da Literatura Mundial - parte 1




Assim Falou Zaratustra (em alemão: Also sprach Zarathustra) é um livro escrito entre 1883 e 1885 pelo filósofo alemão Friedrich Nietzsche, que influenciou significativamente o mundo moderno. O livro foi escrito originalmente como três volumes separados em um período de vários anos. Depois, Nietzsche decidiu escrever outros três volumes mas apenas conseguiu terminar um, elevando o número total de volumes para quatro. Após a morte de Nietzsche, ele foi impresso em um único volume.
O livro narra as andanças e ensinamentos de um filósofo, que se auto-nomeou Zaratustra após a fundação do Zoroastrismo na antiga Pérsia. Para explorar muitas das ideias de Nietzsche, o livro usa uma forma poética e fictícia, frequentemente satirizando o Novo testamento.


                                                                      ¬¬¬¬¬¬

A Revolução dos Bichos é um romance satírico do escritor inglês George Orwell, publicado no Reino Unido em 17 de agosto de 1945 e apontado pela revista americana Time entre os cem melhores da língua inglesa. A sátira feita pelo livro à União Soviética comunista obteve o 31º lugar na lista dos melhores romances do século XX organizada pela Modern Library List.
O livro narra uma história de corrupção e traição e recorre a figuras de animais para retratar as fraquezas humanas e demolir o "paraíso comunista" proposto pela Rússia na época de Stalin. A revolta dos animais contra os humanos é liderada pelos porcos Bola-de-Neve (Snowball) e Napoleão (Napoleon). Os animais tentam criar uma sociedade utópica, porém Napoleão, seduzido pelo poder, afasta Bola-de-Neve e estabelece uma ditadura tão corrupta quanto a sociedade de humanos.
Para o autor, um socialista democrático e membro do Partido Trabalhista Independente por muitos anos, a obra é uma sátira à política stalinista que, segundo sua ótica, teria traído os princípios da revolução russa de 1917.



                                                                    ¬¬¬¬¬¬


O Manifesto Comunista (Das Kommunistische Manifest), originalmente denominado Manifesto do Partido Comunista, publicado pela primeira vez em 21 de Fevereiro de 1848, é historicamente um dos tratados políticos de maior influência mundial. Comissionado pela Liga dos Comunistas e escrito pelos teóricos fundadores do socialismo científico Karl Marx e Friedrich Engels, expressa o programa e propósitos da Liga.
O Manifesto Comunista faz uma dura crítica ao modo de produção capitalista e à forma como a sociedade se estruturou através dele. Busca organizar o proletariado como classe social capaz de reverter sua precária situação e descreve os vários tipos de pensamento comunista, assim como define o objetivo e os princípios do socialismo científico.




                                                                         ¬¬¬¬¬


O Príncipe (em italiano, Il Principe) é um livro escrito por Nicolau Maquiavel em 1513, cuja primeira edição foi publicada postumamente, em 1532. Trata-se de um dos tratados políticos mais fundamentais elaborados pelo pensamento humano, e que tem papel crucial na construção do conceito de Estado como modernamente conhecemos. No mesmo estilo do Institutio Principis Christiani de Erasmo de Roterdã: descreve as maneiras de conduzir-se nos negócios públicos internos e externos, e fundamentalmente, como conquistar e manter um principado.
O tratado político possui 26 capítulos, além de uma dedicatória a Lorenzo II de Médici (1492–1519), Duque de Urbino. Mediante conselhos, sugestões e ponderações realizadas a partir de acontecimentos anteriores na esfera política das principais localidades de então, o livro pretendia ser uma forma de ganhar confiança do duque, que lhe concederia algum cargo. No entanto, Maquiavel não alcançou suas ambições.



                                                                         ¬¬¬¬¬


Crime e Castigo é um romance do escritor russo Fiódor Dostoiévski publicado em 1866. Narra a história de Rodion Românovitch Raskólnikov, um jovem estudante que comete um assassinato e se vê perseguido por sua incapacidade de continuar sua vida após o delito.
O livro/romance se baseia numa visão sobre religião e existencialismo com um foco predominante no tema de atingir salvação por sofrimento, sem deixar de comentar algumas questões do socialismo e niilismo.
Os personagens e as descrições de seus caracteres e personalidades, bem como outras obras maiores de Fiódor Dostoiévski, inspiraram pensamentos filosóficos,sociológicos e psicológicos da segunda metade do século XIX e também no século XX. Foram influenciados Nietzsche, Sartre, Freud, Orwell, Huxley, dentre outros.



                                                                         ¬¬¬¬¬


Cândido, ou o Otimista é um conto filosófico em tom de sátira publicado pela primeira vez em 1759 por Voltaire, filósofo do Iluminismo. A novela já foi traduzida em centenas de línguas Foi realizado, ao que parece, em três dias, em 1758, ainda sob a impressão do terremoto de Lisboa, com assinatura de um pseudônimo, "Monsieur le docteur Ralph", literalmente, "Senhor Doutor Ralph". Narra a história de um jovem, Cândido, vivendo num paraíso edênico e recebendo ensinamentos do otimismo de Leibniz através de seu mentor, Pangloss. A obra retrata a abrupta interrupção deste estilo de vida quando Cândido se desilude ao testemunhar e experimentar eminentes dificuldades no mundo. Voltaire conclui a obra-prima com Cândido — se não rejeitando o otimismo — ao menos substituindo o mantra leibniziano de Pangloss, "tudo vai pelo melhor no melhor dos mundos possíveis", por um preceito enigmático: "devemos cultivar nosso jardim."
Cândido é caracterizada pelo tom sarcástico, bem como pelo enredo errático, fantástico e veloz. Este romance picaresco com uma história semelhante à de um bildungsroman mais sério, parodia diversos clichés do romance e da aventura, as lutas das quais são caricaturadas em um tom que é, mordazmente, matéria de fato. Ainda assim, os eventos discutidos no livro são muitas vezes baseados em acontecimentos históricos, como a Guerra dos Sete Anos e o já citado terremoto de Lisboa de 1755.



                                                                         ¬¬¬¬¬


Admirável Mundo Novo (Brave New World na versão original em língua inglesa) é um livro escrito por Aldous Huxley e publicado em 1932 que narra um hipotético futuro onde as pessoas são pré-condicionadas biologicamente e condicionadas psicologicamente a viverem em harmonia com as leis e regras sociais, dentro de uma sociedade organizada por castas. A sociedade desse "futuro" criado por Huxley não possui a ética religiosa e valores morais que regem a sociedade atual. Qualquer dúvida e insegurança dos cidadãos era dissipada com o consumo da droga sem efeitos colaterais aparentes chamada "soma". As crianças têm educação sexual desde os mais tenros anos da vida. O conceito de família também não existe.



                                                                          ¬¬¬¬¬


A Metamorfose (Die Verwandlung em alemão), é uma novela escrita por Franz Kafka, publicada pela primeira vez em 1915. Embora não seja sua magnum opus, veio a ser o texto mais conhecido, estudado e citado da obra de Kafka. Apesar de ter sido publicada em 1915, foi escrita em novembro de 1912, e concluída em vinte dias. Em 7 de dezembro de 1912, Kafka escrevia à sua noiva, Felice Bauer: "Minha pequena história está terminada".
"Quando Gregor Samsa despertou, certa manhã, de um sonho agitado viu que se transformara, durante o sono, numa espécie monstruosa de inseto."
É deste modo que Kafka inicia a história de Gregor Samsa, um sujeito que se viu "obrigado a se tornar um caixeiro-viajante ,que deixou de ter vida própria para suportar financeiramente todas as despesas de casa.
Numa manhã, ao acordar para o trabalho, Gregor vê que se transformou num inseto horrível com um "dorso duro e inúmeras patas". A princípio, as suas preocupações passam por pensamentos práticos relacionados com a sua metamorfose.
Depois, as preocupações passam para um estado mais psicológico e até mesmo sentimental. Gregor sente-se magoado pela repulsa dos pais perante a sua metamorfose. Apenas a irmã se digna a levar-lhe a alimentação, mas mesmo assim a repulsa e o medo também começam a se manifestar. A metamorfose de Gregor vai além da modificação física. É sobretudo uma alteração de comportamentos, atitudes, sentimentos e opiniões.



                                                                          ¬¬¬¬¬


Ulisses (Ulysses no original), é um romance do escritor irlandês James Joyce. Foi composto entre 1914 e 1921 em Trieste (Itália), Zurique (Suíça) e Paris (França) e publicado no ano seguinte nesta cidade. Por descrever, em diversos pontos, aspectos da fisiologia humana então considerados impublicáveis, o livro foi censurado em diversos países, como nos Estados Unidos e no Reino Unido.
"Ulisses" adapta a Odisseia de Homero, condensando a viagem de Odisseu (na pessoa do agente de publicidade Leopold Bloom) em 24 horas, entre os dias 15 e 16 de junho de 1904.
Traduzir o romance de Joyce é uma tarefa considerada de extrema dificuldade, devido à presença de diversos trocadilhos, jogos de palavras, citações, neologismos, referências históricas e literárias. Além disso, o autor se utiliza de estilos variados, transformando o texto num intricado quebra-cabeça literário, com um vocabulário de mais de 30.000 palavras.



                                                                       ¬¬¬¬¬



Acompanhe também:

Obras de Gênios da Pintura




terça-feira, 17 de setembro de 2013

A Canção que é um Despertar




A Canção Lógica

Quando eu era jovem
Parecia que a vida era tão maravilhosa
Um milagre, oh ela era tão bonita, mágica
E todos os pássaros nas árvores
Estavam cantando tão felizes
Oh alegres, brincalhões, me observando
Mas aí eles me mandaram embora
Para me ensinar a ser sensato
Lógico, oh responsável, prático
E me mostraram um mundo
Onde eu poderia ser muito dependente
Doentio, intelectual, cínico






Tem vezes, quando todo o mundo dorme
Que as questões seguem profundas demais
Para um homem tão simples
Por favor, me diga o que aprendemos
Eu sei que soa absurdo
Mas por favor me diga quem eu sou

Agora cuidado com o que você diz
Ou eles vão te chamar de radical
Um liberal, oh fanático, criminoso
Você não vai assinar seu nome?
Gostaríamos de sentir que você é
Aceitável, respeitável, apresentável, um vegetal!

A noite, quando todo o mundo dorme,
Que as questões seguem tão profundas
Para um homem tão simples
Por favor, me diga o que aprendemos
Eu sei que soa absurdo
Mas por favor me diga quem eu sou



The Logical Song

Supertramp









domingo, 15 de setembro de 2013

Jornada nas Estrelas - a Série




 Jornada nas Estrelas (“Star Trek”) é uma serie de ficção científica criada pelo roteirista e produtor Gene Roddenberry na década de 60. Devido ao sucesso aos longo dos anos, teve seu universo ficcional, difundido em varios outros spin-noff e diversas midias como tv, cinema, jogo e etc.


No “universo” de Star Trek, a humanidade desenvolveu a tecnologia das viagens espaciais mais rápidas que a luz, após uma fase pós-apocalíptica em meados do século XXI. Posteriormente, os seres humanos uniram-se a outras espécies da galáxia para formar a Federação Unida de Planetas. Resultado da intervenção alienígena e do progresso científico, a humanidade, na altura do século XXIII, já teria superado muitos de seus defeitos e vicissitudes, além de erradicado doenças e a pobreza, momento oportuno para se dedicar a explorar novos mundos. 







"Espaço: a fronteira final. Estas são as viagens da nave estelar Enterprise. Em sua missão de cinco anos... para explorar novos mundos... para pesquisar novas vidas... novas civilizações... audaciosamente indo onde nenhum homem jamais esteve”, dizia Capitão Kirk logo na abertura de cada episódio.

O conceito de Star Trek foi apresentado primeiramente para a CBS, que recusou em favor da série Lost in Space, criada por Irwin Allen. Roddenberry então apresentou Star Trek para o chefe da Desilu Studio, Herb Solow, que eventualmente aceitou o projeto. Solow então vendeu os direitos de Star Trek para a NBC, que pagou pelo piloto rejeitado "The Cage", que foi descrito como "muito cerebral". Mesmo assim, os executivos da NBC ainda ficaram impressionados com o conceito, e perceberam que as falhas se deviam parcialmente ao roteiro que eles mesmos haviam aprovado. Os executivos da NBC então fizeram uma decisão pouco comum, encomendaram um novo piloto, usando o roteiro chamado "Where No Man Has Gone Before". Apenas o personagem de Spock, interpretado por Leonard Nimoy, permaneceu no segundo piloto. O novo episódio foi aprovado pela NBC e Star Trek foi agendado para estrear no outono de 1966.

Mas quando Star Trek estreou na NBC não foi um sucesso. Inicialmente, seus Nielsen Ratings ( o Ibope deles) foram baixos. Antes do final da primeira temporada, alguns executivos da NBC queriam cancelar o programa devido aos seus indíces baixos de audiência.




Ao final de sua segunda temporada, a série foi quase cancelada novamente. Devido a uma campanhas dos fãs, a série recebeu uma terceira temporada, porém a NBC mudou o dia de exibição para o "horário da morte" de sexta-feira, 22:00. Star Trek foi cancelada ao final de sua terceira temporada depois de 79 episódios. Entretanto, isso foi o suficiente para o programa ir para a sindicação, permitindo se tornar extremamente popular com reprises durante a década de 1970. O sucesso do programa foi seguido por outras cinco séries de televisão e onze filmes. O Guinness World Records reconhece Star Trek como a série de televisão com o maior número de spin-offs da história.

As histórias de Star Trek costumavam descrever as aventuras de seres humanos e alienígenas que servem na Frota Estelar da Federação através das aventuras da espaçonave Enterprise e seus tripulantes.



Star Trek fez de seu elenco, desconhecido na época, celebridades. Kelley havia aparecido em vários filmes e séries de televisão, porém em papéis pequenos, na maioria como vilão. Nimoy tinha experiências na TV e em filmes, porém não era conhecido. Nimoy havia aparecido com Shatner no episódio "The Project Strigas Affair" da série The Man from U.N.C.L.E., dois anos antes de Star Trek. 

Antes da série, Shatner já era conhecido, tendo feito vários papéis notáveis em filmes, interpretado Cyrano de Bergerac na Broadway. Porém, quando os papéis se tornaram escassos, ele aceitou o papel de regular na série após o contrato de Jeffrey Hunter não ser renovado. Após alguns episódios, os membros do elenco começaram a se sentir marcados por seus papéis em Star Trek. Entretanto, Michael Dorn, que interpretou Worf em The Next Generation e em Deep Space Nine, afirmou em 1991 que: "se o que aconteceu com o primeiro elenco se chama ficar marcado, então eu quero ficar marcado. Claro, eles não conseguiram trabalho depois de 'Trek'. Porém eles estão fazendo o sexto filme. Nomeie outro alguém na televisão que fez seis filmes!"




Os três protagonistas principais eram Kirk, Spock e McCoy; com os roteiristas frequentemente "brincando" com suas personalidades: Kirk era impulsivo e às vezes agressivo, porém com um astuto senso de humor; Spock era frio e lógico; e McCoy era sarcástico más sempre compassivo. Em várias histórias os três entravam em choque, com Kirk sendo forçado a fazer uma decisão difícil enquanto Spock mostrava o caminho lógico, e às vezes duro, da situação e McCoy (ou Magro) tenta fazer as coisas que iriam causar menos mal. McCoy e Spock tinham uma relação conturbada que mascarava o verdadeiro sentimento de afeição e respeito de um pelo outro. Suas discuções constantes se tornaram muito populares entre os fãs. A enfâse do programa no diálogo era tão grande que o diretor e roteirista de Star Trek Nicholas Meyer chamou a série de um rádio drama, mostrando um episódio da série para estudantes de cinema sem o vídeo para provar que o enredo ainda era compreensível.


O personagem de Spock foi inicialmente rejeitado pelos executivos da emissora por acharem sua aparência um pouco "satânica", algo que eles acharam que iria perturbar os espectadores. A NBC ainda apagou suas orelhas pontudas e redesenhou suas sobranselhas nos materiais promocionais divulgados e enviados a outras emissoras afiliadas. Spock, entretanto, se tornou o personagem mais popular entre os fãs, junto com a personalidade de médico do interior de McCoy. Spock, na verdade, se tornou até um símbolo sexual, algo que ninguém envolvido na série poderia prever. Nimoy notou que a questão da extraordinária sensualidade de Spock surgiu "quase todas as vezes que eu falava com alguém na imprensa... Nunca demonstrei que a questão de Spock ser um símbolo sexual é estúpida".

Lógico que o próprio criador da série não escapou dos maniqueísmos da época. Havia sexismo (mulher de destaque, apenas Uhura, com uma quantidade de falas e participações menores do que seus colegas, ou para servir de par romântico com o personagem de William Shatner), resquícios da Guerra Fria (os "Klingons" eram uma alusão aos soviéticos) e o incessante e maquiado imperialismo americano, já que a Federação de planetas tentava exportar seu estilo de vida, impondo muitas vezes a filiação ao Império. Erros perdoáveis e aceitáveis por parte de Roddenbery e que pouco afetaram a qualidade de sua criação máxima.

Até hoje a série é um marco na ficção científica, um divisor de águas na TV americana servindo de referência para as produções seguintes que voltaram a bordar o universo e suas nuances. E algo que tenha se tornado clássico precocemente, como Star Trek, merece ser lembrando sempre. Vida longa e próspera.



Acompanhe também:


Os 20 Anos de Arquivo X