LUKY SKYWALKER É UM PERSONAGEM SEM CARISMA – Não é fácil
admitir que o personagem principal dos episódios 4 ao 6 na verdade não é
carismático. Muitas vezes é desinteressante, estranho, sem ‘sex-appeal’ e
reclamão. Mesmo quando ele se torna “fodão”, em O RETORNO DE JEDI (que deveria ser DO Jedi), ainda assim lhe falta
um algo mais. O mesmo mal que acometeu o ator Hayden Christensen, que
interpreta o pai de Luke nos episódios 1 e 2. Talvez por isso faça sentido eles serem pai e filho.
A MAIORIA DOS DIÁLOGOS É HORRÍVEL – Alguns dos fãs mais
antigos criticaram, e muito, os prequels (filmes feitos posteriormente, mas que
são ambientados antes dos originais), mas o certo é que os diálogos da trilogia
“clássica” deixam muito a desejar. O que prova que George Lucas se ateve mais
aos efeitos, do que propriamente do conteúdo.
BOBA FETT É UM PERSONAGEM CARICATURAL DEMAIS – Não se sabe
suas origens, suas motivações, o que pensa e como obteve seu ‘legendário status’.
Não é, nem de longe, icônico. No máximo, isso se a nova trilogia conseguir falar sobre suas origens, legalzinho.
BATALHAS COM O SABER DE LUZ SÃO, MUITAS VEZES, FORÇADAS –
Talvez com coreografias melhores isso não aconteceria. Fato é que se os
próprios atores teriam que fazer os duelos, deveriam estar preparados. Na
trilogia dos anos 2000, estes confrontos parecem muito mais próximos de uma “realidade”,
do que dos anteriores.
QUASE NÃO HÁ PERSONAGENS FEMININAS NA TRILOGIA CLÁSSICA – Ao
menos há a princesa Leia, certo? Ela é durona, não leva desaforos e não espera
pelos outros resolverem as coisas. Mas é pouco. E somado ao fato da personagem
ser resgatada com frequência. Mas Carrie Fischer dá conta do recado, esbanjando
beleza e carisma. Essa distorção acabou na nova trilogia. No episódio 7, tanto
Leia quanto a personagem Rey parecem tomar conta da história.
O “EU SOU SEU PAI” É ALGO QUESTIONÁVEL – Claro que adiciona
o elemento dramático ao filme, mas soa quase como uma novela mexicana, tão
acostumada a revelações paternas em suas ‘tramas’. Além de pequenas
contradições. Vader não tentou matar Luke na batalha de Yavin? Não conseguiu
sentir quem era ele? Obi Wan falou sobre Darth de uma maneira diferente da
conclusão de O IMPÉRIO CONTRA ATACA, (aqui, já com a ajuda do experiente
Lawrence Kasdan no roteiro); talvez essa mudança não estivesse previamente programada.
Ainda assim, foi o que mais chamou a atenção na sua estreia.
O IMPÉRIO CONTRA ATACA NÃO TEM UM FINAL APROPRIADO – Lógico que,
de olho nas bilheterias polpudas, George Lucas deixou em aberto o filme, mas
sem uma mínima conclusão. Sequer havia um plano exato de quando
apareceria a nova etapa, nos cinemas.
HAN SOLO PARECE MENOS CARISMÁTICO E MAIS RECLAMÃO – Aqui já
sem Lucas à frente, muda-se um pouco a direção do personagem na trama de o
RETORNO DE JEDI. O mercenário ficou mais sensível e ciumento; o oposto daquele
personagem fodástico do episódio 4. Seu carisma foi reduzido a 1%.
O RETORNO DE JEDI TEM MUITA ENROLAÇÃO - Esquecendo-se da paixão (que os fãs da saga
têm de sobra), não muito o que contar no episódio 6. Excetuando-se a cena
inicial, do resgate de Solo, pouca coisa se salva na ‘trama’. Diálogos,
trabalho de câmeras, roteiro...Há momentos entediantes. Especialmente na parte
em que conhecemos os EWOKS. Até os fanáticos pelo filme acharam estranha e até
desnecessária a inclusão dos bichinhos peludos.
A estória também não é das mais originais. Agora os heróis
devem destruir OUTRA estrela da morte. Ok...
Há algumas cenas e tiradas legais, a nostalgia ajuda na
perpetuação do mito (de "um dos maiores filmes de todos os tempos"), mas o certo
é que, excetuando-se os poucos pontos positivos, o filme é disfuncional.
EPISÓDIOS 1, 2 e 3 – Na hora em que decidiu contar a origem de
Darth Vader, George Lucas acabou incorrendo no mesmo erro de antes: esticar
demais a piada. Optou por longos três filmes para mostrar o que levou o
personagem para o Lado Negro da Força. O
elenco, recheado de rostos conhecidos, ajuda, mas a direção pouco inspirada de
Lucas não. Encantado mais pelos avanços tecnológicos da época, do que contar
uma boa estória, o famoso diretor mostrou muito mais efeitos, do que conteúdo.
Promete mais do que cumpre.
O DESPERTAR DA FORÇA – Apesar de algumas coisas acontecerem
rápido demais (a ‘conversão’ do stormtrooper Finn e do aparecimento da força na
personagem Rey, e com uma trama até certo ponto conveniente para o desenrolar do
resto da trilogia vindoura), o filme funciona.
É possível perceber que alguns erros recorrentes estão na
tela, como a tal Capitã Phasma, que não foi desenvolvida propriamente, um quê
de revival do episódio UMA NOVA ESPERANÇA , desperdício de um grande ator como Max
von Sydow e com um final um tanto quanto decepcionante.
Ainda há necessidade de se desenvolver melhor o novo trio (além dos dois
supracitados, há o piloto Poe.
Mesmo com algumas ressalvas à saga, é inegável que STAR WARS
é um marco na cultura pop, que marcou gerações . Nenhum erro ou contradição vai
apagar o que representou para o cinema de ficção (gênero tão marginalizado pela
Academia de Artes de Hollywood); a trilha de John Willians é fantástica e assistir Guerra nas Estrelas nos remete que Lucas é sim um bom diretor. Mais por seus filmes anteriores (LOUCURAS DE VERÃO e o excelente THX-1138); mas isso não exclui os erros de STAR WARS, aos quais os fãs não deveriam se opor, e sim, tirar proveito disso, para
entender melhor e mais claramente a mitologia da cinessérie.
E, apesar do pesares, é algo que se revigorou com a continuação
dirigida por J.J Abrams, perito em filmes do gênero. Por isso, os apreciadores
podem relaxar, porque a Força continuará por muito tempo entre nós.