quarta-feira, 19 de novembro de 2014

WOLVERINE E OS X-MEN





Os X-MEN são um grupo emblemático. Criado por Stan Lee em plena década de 60, o grupo vinha discutir o preconceito da humanidade contra os mutantes, uma alusão ao racismo recorrente naqueles anos efervescentes nos EUA.



Lee, que sempre estava um passo à frente, conseguia colocar em discussão algo recorrente na sociedade contemporânea, com uma insinuação sutil.



Os heróis vingaram e caíram no gosto popular. Ao menos por um tempo.



Na década de 70, uma nova visão nascia dos renegados personagens da Marvel. Das mãos de Chris Claremont, em 1975 dava-se uma guinada nos mutantes. Mas não só ele.



Lein Wein e o artista Dave Cockrum deram vida aos personagens que estavam sem título próprio havia quase uma década. Portanto, o retorno deveria ser em grande estilo e sem chance para fracasso.




O tratamento era de primeira classe e falava-se abertamente e, de maneira precursora, da 'globalização', com os novos heróis chegando de várias partes do mundo e tendo que, primeiro: aceitar suas mutações e, segundo, se permitirem atuar como uma equipe.



Nomes como Banshee, Pássaro Trovejante, Ororo, Noturno, Colossus e Wolverine eram apresentados ao público, além dos remanescentes da primeira formação.



Mas com o passar do tempo, os leitores começaram a se encantar pelo irascível Logan. O canadense, com seu charuto indefectível e sua cara de invocado, fazia a alegria do público. Criado por Wein, o personagem era pra ser um vilão das histórias do Hulk. Mas ele foi mais além.



Len passou (ou foi obrigado a fazê-lo) o bastão para Chris, que fez do grupo campeão de vendas.



Isso e a forma como a dupla Claremont/Byrne dava aos X-Men corroboravam para que o grupo se tornasse mais popular que o Cabeça de Teia. Sim, e principalmente por culpa do próprio Len Wein.



O autor foi remanejado para a revista mensal do Aracnídeo e fez com que a criação máxima de Stan Lee ficasse para trás. Com estórias fracas e sem apelo popular, ao contrário da década anterior.





Mas voltemos ao Wolverine.



Sua aura de anti-herói cativava mais e mais os fãs. Espertamente os autores davam ênfase à sua faceta ranzinza e irriquieta –traduzindo, de pavio curto.





Suas constantes encrencas, os duelos com outros pesos pesados da Marvel, sua participação quase sempre decisiva –mas sem a convicção de alguém que realmente gosta de fazer parte de uma equipe -- no X-MEN moldaram a cria de Wein, o levando a condição de mito. Mas ainda faltava algo.





Sua origem sempre foi envolta em mistérios. Pequenas peças aqui, outras acolá, mas sem nunca revelarem a verdade oficial.



Isso aguçava a curiosidade dos leitores do “baixinho”, os deixando ávidos pela revelação definitiva. Que nunca veio.





Mas nos anos 90 e início do novo milênio, finalmente esse mistério começava a ser desfeito. Com títulos como A ARMA X e ORIGENS as coisas foram, paulatinamente colocadas em perspectivas.
Sem entrar em detalhes (afinal, spoilers são proibidos pelas regras de etiqueta, e nem todos já leram sobre a origem do herói canadense), pode-se dizer que valeu a pena esperar.



Toda a ansiedade foi saciada, mas a conta-gotas.



Sabendo explorar bem o potencial que a ocasião demonstrava, a Marvel foi aos poucos contando o que lhe era conveniente. Assim, como os leitores foram se contentando com aquele pouco. Que era bem mais do que já haviam lido.



Mas Wolverine foi além.






A SAGA NOS CINEMAS -



A Marvel endividada acabou vendendo os direitos de seus personagens, a granel, para o primeiro que aparecesse. Por isso que, desde os anos 90 é perceptível a percentagem com que cada estúdio se apoderou para explorar. Isso foi um mal. 



Mas a saga dos mutantes chegou ao cinema e impressionou, não só pela feliz escolha do elenco, como pelo roteiro e direção corretos.



A revelação Hugh Jackman foi o destaque, como não poderia deixar de ser, na pele do carcaju mais emburrado do planeta.





Conseguiu, o que nos quadrinhos já era comum: se destoar do restante do elenco.



Resultado: único personagem da franquia X-MEN a ganhar carreira solo, com bons números nas bilheterias pelo mundo afora.



As continuações vieram, mas Logan ainda era o mais visado.



Assim como nos gibis onde, mesmo após uma das interrupções do grupo mutante, Wolverine permaneceu ativo, e se integrou a recém-criada formação dos Vingadores, com o Cabeça de Teia, Mulher-Aranha, Luke Cage, Capitão América e um tresloucado Tony Stark, na prévia do que viria a ser a melhor saga da Marvel nos últimos anos: GUERRA CIVIL.




Logan é um personagem que transcende a equipe para qual foi idealizado. Suas características e poderes (fator de cura, garras de adamantium, sentidos aguçados) caíram no gosto dos leitores.



Entra geração, sai geração e ele continua popular, rivalizando com os tops da Casa das Ideias.



E a julgar pela adoração em torno de seu nome, isso ainda há de permanecer por muito tempo.






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