segunda-feira, 24 de novembro de 2014

A "NOVA" FEBRE DOS FILMES DE TERROR





O ano era de 1979. O filme que chocou o mundo se chamava CANNIBAL HOLOCAUST.
Uma produção “B” que primava pela escatologia e cenas de morte quase reais. O filme, de Ruggero Deodato, com roteiro de Gianfranco Clerici praticamente foi o primeiro filme de “found footage”, ou algo como 'gravação encontrada'.


A ideia era de fazer algo que fosse o mais próximo da realidade possível. Para isso, deveria excluir direção, tomadas de câmera tradicionais e evitar efeitos especiais.



Para que isso funcionasse deveria-se criar um argumento em que os próprios personagens tivessem a câmera nas mãos. Nesse caso uma 'equipe' de quatro documentaristas de tribos que embrenham-se na selva para filmar indígenas. Dois meses mais tarde, depois que o grupo não retorna, o antropólogo Harold Monroe viaja em uma missão de resgate para encontrá-los.


Muito do que se chama de gore (cenas de sangue e morte em excesso) veio dessa produção americana.



Mas não houve muito “found footage” após isso. Até 20 anos depois...



Em outubro de 1994 três estudantes de cinema desapareceram nas proximidades da floresta de Burkittisville, em Maryland, enquanto filmavam um documentário.



Um ano depois, as filmagens deles foram encontradas...



Com essa frase de divulgação, os diretores Daniel Myrick e Eduardo Sanchez apresentaram A BRUXA DE BLAIR ao mundo.


Com uma tática inovadora e com o ajuda indispensável da internet, os dois deram uma visibilidade imensa ao projeto que custou pouco mais de 35 mil dólares.



Para promover A Bruxa de Blair, foi dito que se tratava de um documentário real, assim como foi feito com “Holocausto Canibal”. Para isso, foi feita uma parceria com vários sites conhecidos, que junto à ficha de cada ator, foi colocado que seu paradeiro era desconhecido.



O trio foi escondido em um hotel. O cartaz com os dizeres “procura-se” foi divulgado à exaustão. A rede bombou com a pseudo-notícia e o que era pra ter uma publicidade simples, acabou fazendo com que o falso documentário ficasse na lista dos mais assistidos do cinema americano de 1999.



O sucesso arrebatador, que se espalhou pelo mundo, fez com que o gênero ficasse em alta e diversos estúdios investissem em películas parecidas. Várias cópias surgiram, inclusive paródias (Todo Mundo em Pânico) e tentativas de se pegar carona no sucesso. Mas sem o mesmo desempenho.



Muito se fez e pouco se conseguiu. O alcance da Bruxa estava em um patamar elevadíssimo. Mas em 2009 (dez anos depois) uma nova empreitada dava as caras no cinema.



ATIVIDADE PARANORMAL mostra um jovem casal que se muda para uma casa onde fenômenos inexplicáveis começam a acontecer; eles resolvem filmar tudo a noite, enquanto tentam dormir, pois é o horário em que as Atividades Paranormais normalmente acontecem com maior frequência.



A novidade dessa vez foi o trailer promocional. O que se via, na verdade, era a reação das pessoas ao assistir ao filme. Isso instigou o público e a produção, barata, ganhou milhões de dólares mundo afora, além de criar uma rentável franquia.




Até mesmo em outros países a febre se espalhou. E da Espanha veio um dos melhores: REC.





O clima claustrofóbico da produção instiga o espectador do começo ao fim, além de ser criativo. Mostra uma repórter que, ao acompanhar o dia a dia de um batalhão do Corpo de Bombeiros, acaba se deparando com uma casa onde há pessoas supostamente infectadas. O ritmo é frenético.
Gerou uma sequência fraca e uma refilmagem americana sem graça.



Até diretores consagrados se enveredaram pelo estilo. CLOVERFILED, de JJ Abrams e THE BAY, de Barry Levinson. Ambos filmes de boa qualidade.



O found footage se estabeleceu como subgênero forte dentro do terror. A BRUXA DE BLAIR foi quem fez desse estilo uma vertente que veio pra ficar.



Muito do que se viu após esse filme nem sempre foi memorável.



Os que valem a pena assistir:



VHS (o original, esqueça a sequência);





APOLLO 18;





CONTATOS DE 4º GRAU;





GRAVE ENCOUNTERS- FNÔMENOS PARANORMAIS;





A POSSESÃO DE MICHAEL KING;





EXISTS – do mesmo diretor de A BRUXA DE BLAIR








quarta-feira, 19 de novembro de 2014

WOLVERINE E OS X-MEN





Os X-MEN são um grupo emblemático. Criado por Stan Lee em plena década de 60, o grupo vinha discutir o preconceito da humanidade contra os mutantes, uma alusão ao racismo recorrente naqueles anos efervescentes nos EUA.



Lee, que sempre estava um passo à frente, conseguia colocar em discussão algo recorrente na sociedade contemporânea, com uma insinuação sutil.



Os heróis vingaram e caíram no gosto popular. Ao menos por um tempo.



Na década de 70, uma nova visão nascia dos renegados personagens da Marvel. Das mãos de Chris Claremont, em 1975 dava-se uma guinada nos mutantes. Mas não só ele.



Lein Wein e o artista Dave Cockrum deram vida aos personagens que estavam sem título próprio havia quase uma década. Portanto, o retorno deveria ser em grande estilo e sem chance para fracasso.




O tratamento era de primeira classe e falava-se abertamente e, de maneira precursora, da 'globalização', com os novos heróis chegando de várias partes do mundo e tendo que, primeiro: aceitar suas mutações e, segundo, se permitirem atuar como uma equipe.



Nomes como Banshee, Pássaro Trovejante, Ororo, Noturno, Colossus e Wolverine eram apresentados ao público, além dos remanescentes da primeira formação.



Mas com o passar do tempo, os leitores começaram a se encantar pelo irascível Logan. O canadense, com seu charuto indefectível e sua cara de invocado, fazia a alegria do público. Criado por Wein, o personagem era pra ser um vilão das histórias do Hulk. Mas ele foi mais além.



Len passou (ou foi obrigado a fazê-lo) o bastão para Chris, que fez do grupo campeão de vendas.



Isso e a forma como a dupla Claremont/Byrne dava aos X-Men corroboravam para que o grupo se tornasse mais popular que o Cabeça de Teia. Sim, e principalmente por culpa do próprio Len Wein.



O autor foi remanejado para a revista mensal do Aracnídeo e fez com que a criação máxima de Stan Lee ficasse para trás. Com estórias fracas e sem apelo popular, ao contrário da década anterior.





Mas voltemos ao Wolverine.



Sua aura de anti-herói cativava mais e mais os fãs. Espertamente os autores davam ênfase à sua faceta ranzinza e irriquieta –traduzindo, de pavio curto.





Suas constantes encrencas, os duelos com outros pesos pesados da Marvel, sua participação quase sempre decisiva –mas sem a convicção de alguém que realmente gosta de fazer parte de uma equipe -- no X-MEN moldaram a cria de Wein, o levando a condição de mito. Mas ainda faltava algo.





Sua origem sempre foi envolta em mistérios. Pequenas peças aqui, outras acolá, mas sem nunca revelarem a verdade oficial.



Isso aguçava a curiosidade dos leitores do “baixinho”, os deixando ávidos pela revelação definitiva. Que nunca veio.





Mas nos anos 90 e início do novo milênio, finalmente esse mistério começava a ser desfeito. Com títulos como A ARMA X e ORIGENS as coisas foram, paulatinamente colocadas em perspectivas.
Sem entrar em detalhes (afinal, spoilers são proibidos pelas regras de etiqueta, e nem todos já leram sobre a origem do herói canadense), pode-se dizer que valeu a pena esperar.



Toda a ansiedade foi saciada, mas a conta-gotas.



Sabendo explorar bem o potencial que a ocasião demonstrava, a Marvel foi aos poucos contando o que lhe era conveniente. Assim, como os leitores foram se contentando com aquele pouco. Que era bem mais do que já haviam lido.



Mas Wolverine foi além.






A SAGA NOS CINEMAS -



A Marvel endividada acabou vendendo os direitos de seus personagens, a granel, para o primeiro que aparecesse. Por isso que, desde os anos 90 é perceptível a percentagem com que cada estúdio se apoderou para explorar. Isso foi um mal. 



Mas a saga dos mutantes chegou ao cinema e impressionou, não só pela feliz escolha do elenco, como pelo roteiro e direção corretos.



A revelação Hugh Jackman foi o destaque, como não poderia deixar de ser, na pele do carcaju mais emburrado do planeta.





Conseguiu, o que nos quadrinhos já era comum: se destoar do restante do elenco.



Resultado: único personagem da franquia X-MEN a ganhar carreira solo, com bons números nas bilheterias pelo mundo afora.



As continuações vieram, mas Logan ainda era o mais visado.



Assim como nos gibis onde, mesmo após uma das interrupções do grupo mutante, Wolverine permaneceu ativo, e se integrou a recém-criada formação dos Vingadores, com o Cabeça de Teia, Mulher-Aranha, Luke Cage, Capitão América e um tresloucado Tony Stark, na prévia do que viria a ser a melhor saga da Marvel nos últimos anos: GUERRA CIVIL.




Logan é um personagem que transcende a equipe para qual foi idealizado. Suas características e poderes (fator de cura, garras de adamantium, sentidos aguçados) caíram no gosto dos leitores.



Entra geração, sai geração e ele continua popular, rivalizando com os tops da Casa das Ideias.



E a julgar pela adoração em torno de seu nome, isso ainda há de permanecer por muito tempo.






segunda-feira, 17 de novembro de 2014

CRÍTICA – filme NOITE DE DESAMOR







A mãe vê a filha limpando o cano de uma arma e pergunta: “o que está fazendo?”, e ela responde, “está noite vou me matar, mamãe”.



Com esse início que pega na jugular, o roteiro de Martsha Norman, baseado em sua peça de teatro dá o cartão de visitas. E é impactante.



Lançado nos idos de 1986, o filme tem todos os ingredientes para se fazer um filme: direção segura (Tom Moore), elenco perfeito (Sissy Spacek e Anne Bancroft) e roteiro seguro. Mesmo em uma espécie de “teatro filmado”, dado o ritmo lento e as longas cenas sem edição –o que permite às atrizes desempenhar os papéis com total liberdade – a história prende desde o instante inicial.



Spacek faz a filha, amargurada, sofrendo pela doença, pelo filho que é um perdido na vida, pela ausência total de perspectivas e pela alienação plena no ambiente familiar. A ela cabe a confissão.



Bancroft é a mãe que, em quase total desespero tenta, às duras penas, dissuadi-la da ideia do suicídio.



O que se vê é uam batalha travada por duas mulheres com visões distintas de mundo, tentando convencer o outro lado que a sua verdade é a real.



Moore – diretor habituado a dramas e até com alguns episódios no seriado Anos Incríveis – exerce seu trabalho com precisão. Faz com que o roteiro não se torne um dramalhão mexicano, nem que se sucumba aos clichês do gênero.



O duelo de titãs das atrizes renomadas e vitoriosas em suas respectivas carreiras é outra atração à parte. Não se privilegia nenhuma delas. A direção as mostra em iguais proporções. Um embate em que nenhuma quer ceder. Nem podem.



Filmado praticamente em apenas um cenário, a produção é ousada e com uma temática forte, abordada de maneira adulta e sem tomar partido do argumento A ou B.



Tom Moore opta por mostrar a discussão de maneira nua e crua e deixa a conclusão para o espectador. Principalmente sobre o final.






Numa época em que os estúdios em Hollywood optaram pelo entretenimento em ritmo de videoclipe (com cortes rápidos e com trilha sonora à granel) acompanhar um filme como Noite de Desamor é algo diferente. E, para os amantes da sétima arte, algo único.





quinta-feira, 6 de novembro de 2014

MÚSICA CLÁSSICA - EXPRESSÃO MÁXIMA DA CRIATIVIDADE HUMANA





O que de melhor pode criar o ser humano quando se fala de música? A clássica, é claro.


Tradução perfeita de tudo que há de belo na humanidade, refletindo nossos sentimentos, nosso mundo e a forma como o vemos.





Talvez por isso, seja o melhor exemplo de cultura musical que o ser humano criou. 


Eis alguns exemplos:







Beethoven Moonlight Sonata - 










Vivaldi - as Quatro Estações - 










Mozart - Requiem -









Tchaikovsky - o Lago do Cisne -












Johannes Brahms - Hungarian Dance No. 5 -












BOLERO-RAVEL - 












Richard Wagner - A Cavalgada das Valquírias - 











Bach - Toccata e Fuga in Re Minore,BWV 565, bellis -












Verdi - Aida: Triumphal March - 











Schubert - Impromptu Op.90 No.3 -











Nocturno - Chopin - 









Franz Liszt - Reve d'amour.wmv