sexta-feira, 25 de abril de 2014

ARTISTAS QUE INTERPRETARAM COM PERFEIÇÃO ASTROS DA MÚSICA




Interpretar um ídolo da música é trabalho para poucos. Incorporar o personagem, os trejeitos, a caracterização mais próxima da realidade...Uma combinação de fatores que acaba dificultando a personificação. 

O trabalho árduo de levar para as telas o que de melhor (e até de pior) fizeram estes gênios da música.

Alguns foram indicados a prêmios importantes (Cate Blanchett), outros saíram vitoriosos das cerimônias( Marion Cotillard ) e outros foram injustamente ignorados –como Val Kilmer.

Mas para os fãs, valeu a dedicação e a homenagem aos seus ídolos do coração. Eis alguns:




 Cate Blanchett em Não Estou Lá, com seu costumeiro talento em BOB DYLAN






                     Gary Busey em The Buddy Holly Story






              Jonathan Rhys Meyers no filme para televisão Elvis






Mos Def em Cadillac Records, interpretando CHUCKY BERRY






 Val Kilmer em The Doors; uma atuação inspirada e incomparável de Morrison






  Dennis Quaid em A Fera do Rock, personificando Jerry Lee Lewis





         André 3000 (OUTKAST) no All Is By My Side, interpretando JIMI HENDRIX





   Bette Midler insuperável em The Rose, a vida de Janis Joplin





      Daniel de Oliveira em sua memorável interpretação de Cazuza -O tempo não pára





 Atriz francesa Marion Cotillard com sua magistral atuação em Piaf





                Jamie Foxx e a inesquecível atuação em Ray





             Joaquin Phenix excelente em Johnny & June





                   Angela Bassett arrasando em Tina





 Sam Riley assustadoramente igual à Ian Curtis  em Control





  Kristen Stewart mandou muito bem como Joan Jett em The Runaways





  Gary Oldman perfeito como Sid Vicious em Sid & Nancy





 Aaron Taylor-Johnson como Lennon, em  O Garoto de Liverpool





 Forest Whitaker, inspiradíssimo como Charlie Parker em Bird, de Clint Eastwood







segunda-feira, 21 de abril de 2014

ROCK AND ROLL – CAPÍTULO 4 – DO PUNK AO GRUNGE




Pode-se dizer que a década de 70 foi pródiga em estilos musicais, mas nem por isso foi a melhor musicalmente falando. O Funk, o Reggae, o Pop e a malfadada Disco Music permearam os anos setenta, deixando o rock em segundo plano, muitas vezes.

As bandas que se notabilizaram durante os anos de 1960, perderam força. Menos as que surgiram na virada da década, como Black Sabbath e Led Zeppelin. 

O jeito teatral de nomes como Alice Cooper (o pioneiro), Iggy Pop, David Bowie e Kiss deram uma guinada no gênero musical.

Mas esses gigantes do rock and roll sofreram a maldição do 5º álbum. Invariavelmente, após lançar o quarto disco, o ânimo destes grupos arrefeceu. A obra-prima LED ZEPPELIN IV nunca foi superada, assim como os primeiros trabalhos do Sabbath, que inventaram o que se chama de heavy metal. Bowie e Cooper idem. Houve oscilações no rock, enquanto os estilos musicais diversos conquistavam novos adeptos.

O grande nome da segunda metade da década foi Bee Gees. A Disco era ilusória, uma distração para os jovens. Ajudava a alienar, enquanto contagiava com seu ritmo. 

Mas em uma sociedade decadente e com ausência de esperança, surgiu algo para os jovens externarem sua indignação: o PUNK.



Foi o momento em que a velha guarda morreu e nascia a nova geração.

Calcada na insatisfação juvenil e contra a opressiva sociedade londrina, o estilo proliferava. Arregimentava adolescentes em bairros pobres e canalizava suas insatisfações contra o mundo que os cercava. 

O sistema era injusto e sufocava rebeldias. O Punk dava vazão à ela. 

“Não se consegue mudança sem atacar o que o mantém oprimido”. A frase, anônima, parecia caber como uma luva naquele momento.



O rock progressivo também era motivo de crítica. As bandas punk odiavam Pink Floyd e cia.

Nos EUA, o movimento, inspirado na matriz britânica, tinha surgido com força em Nova Iorque. Mas na casa de shows CBGB, ou "Country, Bluegrass, and Blues and Other Music For Uplifting Gormandizers", houve o maior número de bandas punks reveladas na história do rock. 



Nomes como Television, Richard Hell, Johnny Thunders & The Heartbreakers, The Ramones, Blondie, Elvis Costello, The Dead Boys, The Misfits, Patti Smith passaram por lá.


Mas os primórdios do gênero vieram com MC5  e depois com New York Dolls. Eles mostraram o caminho; os demais trilharam e ampliaram.

Nesse cenário surgiu os Sex Pistols, o maior e melhor expoente do punk rock. Musicalmente não eram ideais. Mas Malcom MacLaren viu potencial suficiente para explorar e virar moda.






As letras demolidoras causaram furor nas rádios londrinas. “God Save the Queen” foi censurada no Reino Unido. Mas se aproveitando do jubileu da realeza, MacLaren teve uma sacada genial. Alugou um barco para cruzar o rio Tâmisa, enquanto o evento acontecia. Nele, os integrantes do Sex cantaram em alto e bom som, a música que a Rainha ousou proibir. A partir daquele momento os Pistols se tornaram lendas. E o comportamento desafiador do novo estilo musical fervilhava na cabeça dos jovens ao redor do mundo.

Na rabeira, The Clash mostrava que era possível conciliar letra e música com atitude. Os primeiros discos são obras-primas do rock; seus shows fervilhavam. 





A juventude londrina se via naquilo, se identificava. As letras davam vazão aos excluídos de uma sociedade moribunda, que pouco ou nada apresentava aos seus integrantes. Sem perspectivas, ao menos os jovens tinham uma identificação cultural, o que era muito naquele cenário.


O EFEITO RAMONES

Se na Inglaterra o maior nome eram os Sex Pistols, nos EUA faltava um catalisador do mesmo porte. 

Contestados no início pelo disco fraco de estreia, os Ramones demoraram a engrenar no cenário nova iorquino. 






Mas quando pegaram o jeito e o público começou a entender a banda, ninguém mais segurou os caras. Eles não eram politizados como o Clash, nem faziam o estilo jovens enfurecidos como o Sex Pistols; eles detestavam tratar de coisas sérias nas canções. Talvez estivesse muito aquém de suas capacidades. Fato é que que o visual e as músicas se tornaram inconfundíveis para os integrantes do conjunto que homenageava Paul MaCartney. O ex Beatle usava o codinome Paul Ramone para se hospedar e passar incógnito nas viagens. Dava certo. A homenagem era justíssima.

Num segundo momento o CBGB revelou mais gente boa. Circle Jerkes, X, The Sluts, Generation X, The Jam, Germs, Buzzcocks. As gravadoras independentes ansiavam por novos talentos e eles apareceram aos montes.

No Reino Unido surgira o Joy Division, que também marcou época, apesar do pouco tempo de carreira.





Mas as grandes rádios e a indústria fonográfica queriam domesticar o Punk. Torná-lo mais 'seguro', afinal contestar o sistema não era o ideal para o establishment.

Com esse conceito criou-se a NEW WAVE, uma versão mais mansa do estilo britânico. Sioxies and the Banshees, Blondie e Talking Heads (domesticados pela gravadora) pareciam se encaixar melhor nos quesitos básicos dos grandes executivos musicais.





No auge da carreira, em uma turnê americana, o Punk começou a declinar com a aposentadoria precoce dos Sex Pistols, com uma sensação de trabalho inacabado. 

A Nova Onda deixou o Punk mais bonitinho, mas apenas se afastou das origens.

O rock nasceu bastardo e livre; nasceu para mudar o estado de coisas. Sex Pistols, The Clash e Ramones mostraram o caminho, mas demorou mais de uma década para que alguém ouvisse as mensagens e reiniciasse o rock em seu berço: nas garagens.






SEATTLE, EUA

O Nirvana surgiu no fim dos anos 80. Em 1989 lançou o primeiro disco, mas foi com o segundo, NEVERMIND que o mundo da música mudaria novamente. Smells like teen spirit se tornou hino e se espalhou pelas rádios do planeta. E, ao contrário de inúmeros grupos que mudam com o sucesso, ou se vendem, Kurt Cobain e cia mantiveram o ritmo e, principalmente a atitude, virtude essencial no rock.

A postura de Cobain no palco era como se o Punk ainda estivesse em plena atividade, encarnado na figura mítica do vocalista.





A rebeldia e a irreverência eram a tônica. Kurt não se deixava seduzir pelo mainstream. Mas não perverter seus ideais pode cobrar um preço muito alto em algum momento. 

Nas apresentações, o vocalista se tornava mais arredio. Em uma apresentação no Brasil, durante o extinto Hollywood Rock, foi avisado por João Gordo, do Ratos de Porão, que o nome do evento era o mesmo de um cigarro que patrocinava e financiava o festival. Cobain enlouqueceu no palco, deu uma demonstração clara de insatisfação, inclusive com a Globo, que exibia o show. Quebrou tudo, cuspiu na câmera de TV e fez movimentos pélvicos, provocativos a quem estivesse assistindo.

Performances como esta se tornaram comuns, como a polêmica apresentação em Roma, no mesmo ano. Mais Punk, impossível. Mas, Kurt estava se desgastando.





Em 1994, após sucessivas tentativas de Corteney Love, sua mulher e dos integrantes da banda em demovê-lo dos vícios, Kurt Cobain se isolou em sua casa em Seattle.

Foi encontrado morto no local dias depois, com um tiro auto-inflingido de espingarda na cabeça. O mundo do rock amanheceu aquele dia mais triste.

Ele sempre rejeitou o título de “voz de uma geração”, assim como fez Renato Russo, no Brasil. Ambos sabiam do fardo pesado que isso acarretaria. 

Ainda assim, Cobain com sua banda levou o rock de garagem, com sua rebeldia e inconformismo a um patamar que o Punk não conseguiu. O estilo foi aceito pelo sistema, sem se vender ao mesmo.



Outras bandas vieram na mesma época do Nirvana; grupos talentosos também, como Soundgarden, Black Crows, Alice in Chains e Pearl Jam

Mas igual ao grupo liderado por Kurt Cobain, não aparecerá tão cedo.




Acompanhe também:

ROCK AND ROLL – CAPÍTULO 3 – O PODER DA FLOR





terça-feira, 15 de abril de 2014

STAN LEE E O MUNDO DOS QUADRINHOS PARTE 2




O CAVALEIRO DAS TREVAS é uma das maiores obras da história da 9ª arte. Ele mostrava um Bruce Wayne envelhecido e profundamente amargurado. Uma aposentadoria forçada, após a morte de Robin, da qual se sente responsável. 



Ao incluir o maior inimigo do Homem-Morcego (o Coringa) e o confronto antológico com o Homem de Aço, Frank Miller fez com que os fãs enlouquecessem. 



Isso virou uma febre. Assim como os confrontos entre vários super-heróis. A ruptura definitiva com o que havia de ingênuo nos quadrinhos caíra por terra naquele momento.



Outras obras de arte surgiram concumitantemente, como A PIADA MORTAL e WATCHMEN, de Alan Moore. A estética diferenciada sepultou de vez a visão infantil dos gibis. 



Na esteira dessas obras grandiosas vieram as GRAPHIC NOVELS. A última geração no quesito quadrinhos.



Batman se tornou o maior trunfo da DC. 



Foi explorado à exaustão, em quadrinhos de linha, em minisséries, como “convidado” para alavancar vendagens de outros títulos, situações esdrúxulas (chegou a “viajar no tempo” várias vezes), revitalizou a Liga da Justiça e, conseguinte, seus principais integrantes acabaram ganhando relevância.



Frank Miller mostrou uma faceta do Homem-Morcego que ninguém ousou fazer. A partir daí, a editora descobriu o filão de ouro. 



Miller foi responsável por alçar a Detective Comics ao patamar da Marvel. A partir daí, ambas empresas competiram quase que em pé de igualdade pelo mercado.




A NONA ARTE CHEGA À 7ª ARTE

Após uma longa batalha judicial (o embate remonta à 1992, quando James Cameron se predispôs a dirigir o Cabeça de Teia na telona), o Homem Aranha chega aos cinemas, via Sony Pictures, quem acabou detendo os direitos sobre o personagem. Com essa longa e confusa demora, Cameron, envolvido até o pescoço com o filme TITANIC, já não estava mais interessado .



Se nos anos 70 e 80, os heróis chegavam ao cinema e à TV de maneira tosca, dessa feita as coisas deveriam ser diferentes. As películas realizadas no anos 90 deveriam também deveriam ser esquecidas. O Justiceiro (1990), Capitão América (1992) e Nick Fury (1998) foram derrapadas feias. Assim como adaptações televisivas infantilóides, que pouco ou nada acrescentaram aos heróis.



No novo milênio o momento era propício e a revolução tecnológica possibilitava. Nessa retomada, os X-MEN foram os primeiros a serem testados, em 2000. A reação do público não poderia ser melhor. A bilheteria ficou muito acima das expectativas, possibilitando, inclusive, sequências. Foi um espetáculo à parte. Tudo funcionava de maneira perfeita. Uma direção segura, atores que se adaptaram muito bem aos personagens e, claro, efeitos especiais de primeira.



O nome da vez era o HOMEM ARANHA. Em 2002 o lançamento causou frisson entre os fãs do Aracnídeo. Ver nas telas o Amigão da Vizinhança se balançando pleos edifícios, era um sonho se tornar realidade. Mais um arrasa-quarteirão. E a Marvel percebeu o potencial que tinha e planejou voos mais altos.



Em 2003 foi a vez do INCRÍVEL HULK, em 2004, O JUSTICEIRO e em 2007 o MOTOQUEIRO FANTASMA. Se o impacto foi menor, ao menos ajudou a ampliar os personagens do universo Marvel no cinema. 



Outro grupo a pintar na telona foi o festejado QUARTETO FANTÁSTICO, lançado em 2005. Fez sucesso e gerou uma sequência com a participação do SURFISTA PRATEADO. Mas tanto o grupo liderado por Reed Richards, quanto o Aranha tiveram seus reboots lançados cedo demais. Talvez por não ficarem plenamente satisfeitos com o resultado final, os produtores resolveram reiniciar. No caso do Cabeça de Teia deu certo.



Com os lançamentos de Homem de Ferro e Thor, os 'voos' da Casa das Ideias se tornavam mais claros: trazer o ambicioso projeto OS VINGADORES para as telas.



O projeto vingou e o filme se tornou uma das maiores bilheterias de todos os tempos. Era ver chegar ao ápice os heróis e suas sagas dos quadrinhos de décadas atrás. Isso também possibilitou o fomento dos gibis, que viviam um momento crítico no fim dos anos 90.



Todas os filmes tinham o controle rígido da Marvel Studios e com produção executiva de Stan Lee, o homem responsável, também, pelo "OK" final das produções hollywoodianas. Nada mais justo, afinal ele era o 'pai das crianças'.




Já pelos lados da DC, os caminhos foram mais tortuosos. 



Pode-se dizer que o SUPERMAN, de Richard Donner, feito em 1976 é um clássico. Mas nem sempre um sucesso gera qualidade. Isso vale pras continuações (menos a PARTE 2, ÓTIMA) e para SUPERGIRL. Também, a versão cinematográfica de O MONSTRO DO PÂNTANO, de Wes Craven, foi decepcionante.

Mas em 1989, o criativo Tim Burton realizou a sua versão gótica do Homem Morcego. Filme autoral, que dava mais ênfase aos personagens, do que as vertiginosas cenas de ação dos gibis, acabou se notabilizando pelo visual, a música genial de Danny Elfman, ex líder do Oingo Boingo, a trilha de Prince e, evidente, pela interpretação de Jack Nicholson, com seu Coringa desvairado.



Sucesso de bilheteria que acabou gerando continuações caça-níqueis e de gosto duvidoso que dilapidaram o 'produto' Homem Morcego. A própria Warner percebeu a burrada. Assim como a versão de A MULHER GATO, interpretado pela gata Halle Berry foi uma jogada errada e mal planejada.



Os reboots começaram com BATMAN BEGINS (2005). Talvez a obra mais próxima do clima soturno dos quadrinhos de Frank Miller, responsável por deixar o personagem adulto com THE DARK KNIGHT (1987).



O sucesso foi fenomenal e abriu espaço pra mais.



Em 2006 foi a vez de SUPERMAN RETURNS. Diferentemente da versão das telinhas (SMALLVILLE era sucesso absoluto de audiência) o Homem de Aço  ficou abaixo das expectativas. Ainda assim, a editora conseguiu emplacar o LANTERNA VERDE em 2011. Adaptação fraca mas suficiente para apresentar o herói para o grande público. Afinal, era do interesse dos executivos, também criar um arco que possibilitasse chegar à LIGA DA JUSTIÇA. 



Mas sem a mesma competência da Marvel, os poderosos dos estúdios esqueceram de trazer a MULHER MARAVILHA, AQUAMAN, FLASH e ARQUEIRO VERDE –esses últimos chegando apenas em séries televisivas.



Com o CAVALEIRO DAS TREVAS, tivemos o melhor exemplo de adaptação da história dos gibis. Tudo funciona perfeitamente, mas com destaque para a elogiadíssima atuação de Heath Ledger como o ensandecido CORINGA. O filme teve várias indicações ao Oscar, incluindo melhor produção. Ledger ganhou uma estatueta póstuma, com todos os méritos.



A trilogia fechou com THE DARK KINGHT RISES. A nova versão do Homem de Aço foi sucesso de bilheteria, mas pobre em todos os quesitos. Serviu para abrir a porta para o mais ambicioso projeto da DC no cinema: BATMAN vs SUPERHOMEM. Com a introdução da Mulher Maravilha no longa, a chance de se filmar a LIGA será grande num futuro próximo.




O EFEITO “CLONE”

Mas nem tudo que foi feito pelas editoras num passado recente pode-se dizer que tenha sido eficiente. Stan Lee ainda era inpiração para muitos, mas isso não refletia nas criações, necessariamente.



Como se sabe, todo personagem dos quadrinhos que se preze já morreu. Muitos mais de uma vez. E sempre numa clara tentativa de alavancar as vendas. O herói 'morria', penava e voltava. Foi assim com Demolidor, Capitão América, SuperHomem e Batman –esse não chegou a morrer efetivamente. 



O problema foi quando fizeram a mesma coisa com o Homem Aranha. 



Nos anos 70, houve um arco de estórias que envolveu o Cabeça de Teia em uma trama envolvendo clones, palavra ainda pouca usada, na época. 

Tudo isso numa desesperada tentativa de dar um alento aos fãs irados com aentão, morte da namorada de Peter Parker, Gwen Stacy. A tragédia foi muito mal recebida pelos admiradores do Aranha. Gerry Conway surge com a ideia de usar uma réplica de Gwen, já que a morte dela havia sido definitiva. Stan Lee, então presidente da Marvel topou a estória.



Tudo funciona como um relógio e o mais novo vilão, o Chacal, que descobrira a identidade de Peter Parker, faz da vida dele um verdadeiro inferno.



Mas ao final da saga, onde o JUSTICEIRO faz sua estréia nos gibis, há uma falha que nunca foi corrigida ou citada novamente. Quem, afinal, sobreviveu ao derradeiro confronto, o verdadeiro Aranha ou sua cópia? Conway deixou (propositalmente?) em aberto.



Nos anos 90, Tom deFalco e cia fizeram uma necessária continuação. Mas os roteiristas gostaram tanto da ideia, que optaram por dar um rumo inusitado às estórias: o clone, na verdade era o Homem Aranha e, o herói que as pessoas estavam acostumadas a ver, era a farsa. 



A princípio os fãs pensaram se tratar de mais um golpe de marketing da editora.  Quando perceberam que era pra valer, a coisa mudou de figura. Afinal, os leitores assíduos se deram conta que foram enganados por mais de 20 anos. 



O resultado de tamanha incompetência foi a queda nas vendas dos quadrinhos do Aranha e, subsequente, dos demais títulos. Em 1997, a Marvel chegou a entrar em concordata, para ganhar tempo e fôlego para estabilizar novamente as coisas.



Foi o pior momento vivido pela editora desde sua fundação. Tiveram que reorganizar tudo, às pressas. Trouxeram novamente o Peter Parker original (que passou a ser o clone) e mataram o clone – que passou a...bom, vocês entenderam.



O sucesso dos filmes deram alento financeiro à editora. Hoje, nas mãos da Disney, ainda é muito lucrativa. Mas foi por um triz que o império erigido por Lee viesse ao chão por um erro crasso de avaliação mercadológica.


Mas isso ficou pra trás. 



E tudo isso começou com um visionário que redefiniu a forma de se contar estórias. Um gênio que influenciou boa parte do que se produziu na 9ª arte durante o século XX.



Stan sempre foi “o cara”, mas nunca o foi sozinho. Suas principais criações tinham parcerias, fosse com Kirby (Vingadores, Quarteto), Ditko (Homem Aranha), John Romita Sr e John Buscema (Mulher Hulk).



Ainda assim, seu trabalho foi um divisor de águas. A história dos quadrinhos é “antes dele” e “depois dele”. Com todos os méritos.


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