terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

TV E BOA MÚSICA NEM SEMPRE COMBINAM



   Em um país com tanta diversidade musical, há programas demais na TV, com atrações de menos. É só fazer uma comparação. Aos sábados e domingos, a TV brasileira nos brinda com vários shows populares (e praticamente todos numa variação do mesmo tema, ou o samba de uma nota só), mas sempre levam os mesmos convidados.



Vamos nos ater as cantoras. Dificilmente teremos outras convidadas que não sejam Ivete Sangalo, Cláudia Leite, Anitta ou Paula Fernandes. No caso dos '‘cantores’', o roteiro é o mesmo. Michel Teló, Gustavo Lima, Luan Santana ou qualquer dupla sertaneja da vida.

Essa massificação que compele os telespectadores a uma limitação cultural é perigosa e conta com o suporte da indústria fonográfica, interessada em empurrar os mesmos “artistas” às emissoras, inclusive fazendo o chamado contrato casado, onde fica explícito que para levar o sucesso do momento, deve-se levar uma '‘novidade’' do quadro da gravadora, mantendo assim, um círculo vicioso, de onde não se tem muita margem de manobra, levando o público a assistir sempre as mesmas atrações –se é que se pode chamar certas coisas de atração.


Tirando a TV Cultura, que é um oásis musical, dificilmente temos o prazer de acompanhar talentos maravilhosos como as cantoras  Ná Ozetti, Fátima Guedes, Vânia Bastos, Áurea Martins, Leila Pinheiro e até Nana Caymi (essa, vez por outra, até tem um espaço em temas de novelas); e isso é pernicioso. Porque houve um tempo em que o Brasil tinha como ícones musicais, nomes como Elisete Cardozo, Dolores Duran, Nara Leão, Ângela Maria e Elis Regina. Hoje temos Ivete Sangalo e Claudia Leite.Tem algo de errado no reino da Dinamarca...



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