quarta-feira, 27 de novembro de 2013

SUPERMAN vs HOMEM DE AÇO - Duelo




Uma das produções mais esperadas do ano, O Homem de Aço decepcionou os admiradores da franquia. Em uma simples comparação com a produção de 1978, a película perde em praticamente todos os quesitos.





ELENCO -

Christopher Reeve não era Laurence Olivier, mas era carismático. Sabia de seu potencial dramático limitado, mas não apostava apenas em caras e bocas, coisa que o atual detentor da capa vermelha faz de maneira irritante. Henry Cavill, conhecido por seu personagem na série The Tudors (onde estava bem) parece pouco à vontade no personagem. Reeve, no entanto, o abraçou como o personagem de sua vida. E o foi.






General Zod, magnificamente interpretado na primeira versão pelo ator teatral Terence Stamp teve um arremedo de cópia com o ator canastrão Michael Shannon. Sua performance é limitada, sendo que na primeira versão, Stamp deitava e rolava, sendo até hoje lembrado pelo personagem. Imortalizou a frase "ajoelhe-se perante Zod!". Ele inclusive foi a voz de Jor-El na série Smallville.






Lois Lane, na pele da canadense Margot Kidder tinha uma dinâmica que a versão de Amy Adams não conseguiu imprimir. Kidder, por sua experiência e talento natural, deu à personagem um frescor que até hoje fica difícil de se igualar.






Diane Lane não é uma atriz ruim; ao contrário. Pode-se dizer que ela quase equipara com a interpretação com Phyllis Thaxter, que também fez o papel de Martha Kent. Ela usou muito pouca maquiagem para melhor transparecer a idade. Deu certo.







Kevin Costner, surpreendentemente, não está tão bem quanto se esperava dele. Talvez por estar acostumado a estrelar as produções, aqui ele é um coadjuvante de luxo; mesma sina do grande Glenn Ford, o Jonathan Kent original. Mas na versão de 1978, ele brilha, talvez por já estar em curva descendente naquela época, agarrou com unhas e dentes a chance de participar de uma super-produção.






Quanto a Jor-El...Russell Crowe é um ator vitorioso e de talento. Mas o pai de Superman foi simplesmente a lenda Marlon Brando. Sem mais comentários.





O editor do Planeta Diário na primeira versão foi o impagável Jackie Cooper. Ele fez do chefe de Clark e Lois uma figura hilária e ranzinza ao mesmo tempo. Laurence Fishburne parece interpretar os mesmos personagens, com os mesmo trejeitos que vem fazendo, desde que assumiu o seriado CSI e depois Hannibal. Sem empolgação alguma. 





A própria direção tem uma discrepância muito grande entre o currículo dos diretores de ambas as versões. Richard Donner realizou obras do porte de A Profecia, Superman I e II, O Feitiço de Áquila, Os Goonies, a cinessérie Máquina Mortífera, entre outros. Já Snyder "dirigiu" o esquecível Sucker Punch, 300 (uma versão fraca comparada com a original, com muito visual e pouco conteúdo) e Madrugada dos Mortos, uma refilmagem das mais fracas sobre o assunto mortos-vivos.






A PRODUÇÃO - 
Os efeitos especiais ganham de lavada nessa versão;mas lá pelas tantas a impressão que se tem é estar em um game ao invés de um filme. Isso apesar da versão original ter ganho o Oscar de melhor Efeitos Visuais, um espetáculo, para a época.

O que sobra em ação falta em sincronia no roteiro. Snyder e Chritopher Nolan (o reinventor de Batman, nas telas) parecem querer condensar as versões originais de Superman (de 1978 e 1980) em um único filme. E, talvez por isso a produção peque no quesito adaptação. A nêmesis de Kal-El sempre foi Lex Luthor. E na versão original havia um Gene Hackman em uma das suas maiores interpretações como vilão.

 Havia "liga" na película realizada por Donner. Tudo se encaixava perfeitamente. E na versão do diretor ficou melhor ainda. Tanto o primeiro quanto o segundo --que teve roteiro de Mario Puzzo, o roteirista de O Poderoso Chefão. 


P.S. - Repare que eu não mencionei a versão intermediária entre os dois citados aqui. Superman, o Retorno é melhor que a última produção. Mas também inferior ao original. Mas mesmo com Kevin Spacey como Luthor, uma direção razoável de Brian Singer (responsável pelas boas adaptações de X-Men) e um bom elenco de apoio, também parece não funcionar na telona.

Resta para a DC Comics, detentora dos direitos do personagem, esperar dias melhores para a produção seguinte envolvendo o Filho de Kripton: Batman vs Superman. E para mostrar que não está tão atrás da concorrente (Marvel) no que tange a adaptações cinematográficas. Haja visto que com o blockbuster Os Vingadores a editora conseguiu ver seus pupilos chegarem ao ápice. Bilheterias pelo mundo afora que o digam.



Um comentário:

  1. Li o seu texto, e apesar de bem estruturado, eu discordo completamente, sem falar das suas linhas finais, onde o Sr entra em um ritmo de contradição por estar buscando exaltar o clássico em contraste com o “novo e raso” ao mesmo tempo que elogia a bilheteria que a Marvel alcançou com Vingadores, um dos filmes mais superestimados e sem muito a acrescentar que eu vi nos últimos anos.

    Por questão de tempo eu não vou me aprofundar nisso, mas eu tenho um blog, em algumas semanas eu faço um texto em resposta a esse seu e coloco o link aqui. Assim poderemos discutir pontos, não só desses filmes, como dos próprios quadrinhos que servem de base para todas essas obras.

    Força e honra.

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