terça-feira, 21 de abril de 2015

O QUERIDINHO DE HOLLYWOOD





J.J. Abrams é o cara do momento em Hollywood. Difícil é entender o porquê exatamente.


Sua carreira começou como co-roteirista em filmes como MILIONÁRIO NUM INSTANTE e os melodramáticos UMA SEGUNDA CHANCE e FOREVER YOUNG (com Mel Gibson). E mais tarde roteirizou a “bomba” ARMAGEDDON. Nada que o credencie a ser um gênio.





Mas foi na TV que Abrams se notabilizou. Começou com Felicity.
Felicity Porter (Keri Russell), uma adolescente que acaba de se formar no colégio resolve ir para a Universidade de New York, após descobrir que Ben Covington (Scott Speedman), seu grande amor, irá estudar lá. Essa decisão irrita seus pais, que não concordam com a idéia de ter sua filha morando sozinha numa cidade grande, mas mesmo assim, Felicity parte para New York na tentativa de ficar com Ben.


E com essa história pouco inovadora, ele conseguiu emplacar 4 temporadas. Mas foi suficiente para, mais tarde, lançar seu projeto mais ambicioso: ALIAS.


Na série, Jennifer Garner interpreta Sydney Bristow, que é recrutada para trabalhar na organização SD-6, que se apresenta como um braço secreto da CIA. Mais tarde, Sydney descobre que a SD-6 é uma organização criminosa e se torna uma agente dupla da CIA infiltrada na SD-6 com o objetivo de destruí-la.


ALIAS foi seu primeiro trabalho elogiado pela crítica. O que o levou a ser convidado para participar de um projeto ainda em desenvolvimento que se tornaria grandioso: LOST.


Finalmente, o reconhecimento internacional. A série ganhava o mundo e colecionava prêmios, entre eles, melhor série dramática em 2005 (Emmy) e 2006 (Globo de Ouro). Era a consagração definitiva.


Paralelamente ao mito que se criava (“J.J. Abrams é um gênio”), ele se aventurava no cinema, dessa vez em voo solo. Missão Impossível 3 tinha sua direção e participação no roteiro. Claramente a produção perdia fôlego se comparada às duas edições anteriores.


Cloverfiled, um foundfootage pretensioso, que leva do nada ao lugar nenhum, tinha sua produção.


Nesse interím, ele voltava carga para a Televisão com a produção de dois seriados: WHAT ABOUT BRIAN e SEIS GRAUS DE SEPARAÇÃO. A primeira, uma cópia mal feita de Friends durou duas temporadas; a segunda série, um pouco mais interessante, apenas uma. Isso não era um bom sinal. E ficaria pior.


A série Anatomy of Hope não emplacou e UNDERCOVERS e ALCATRAZ foram canceladas devido a baixíssima audiência. Ainda assim, J.J insistia em seu veículo favorito com novas “ideias”, como REVOLUTION, a série insossa que foi cancelada ainda na segunda temporada sem a conclusão devida –que só viria depois apenas em quadrinhos.


ALMOST HUMAN e BELIEVE, dois projetos dos mais fracos da TV nos últimos anos (Almost Human plagia descaradamente ROBOCOP, e Believe é uma versão infantiloide de X-MEN) não duraram mais que uma temporada.


Talvez o único seriado a emplacar, mesmo muitas vezes calcando suas teorias em ARQUIVO X, foi FRINGE. Sua mitologia agradou. Apesar de ameaçada de cancelamento por duas vezes, aguentou até a 5ª.


Talvez por estes constantes fracassos na TV, que Abrams tem se voltado mais e mais para a telona.


O assassinato de Star Trek que ele realizou deu retorno financeiro, tirando o foco futurista e filosófico da série clássica dos anos 60, levando para algo como uma Máquina Mortífera do século XXIII. Conseguiu realizar até uma continuação, sem a mínima criatividade, tal qual o primeiro.


Sua alcunha de ser uma versão moderna de Steven Spielberg faz sentido se assistirmos SUPER 8. J.J. dirigiu, roteirizou e produziu, ao lado de Spielberg, essa versão de Contatos Imediatos com E.T. ; o resultado não poderia ser mais decepcionante.


Geek assumido, Abrams vai agora, atrás de um dos últimos bastiões consagrados da cultura pop: Star Wars. A desconstrução da saga começa em dezembro de 2015. A coisa anda tão boa, que George Lucas, criador da cinessérie, após vender os direitos da franquia à Disney, se recusou a sequer assistir o trailer do EPISÓDIO 7. Talvez por saber bem o que o espera.


J.J. Abrams é um bom profissional da área de dramaturgia, isso é fato. Mas superestimado por seus colegas de profissão.


Seus projetos, via de regra, são recheados de clichês e mais clichês. Soma-se a isso, o final estapafúrdio de LOST e podemos compreender o porquê de haver contestação (não publicamente) a seu trabalho na telinha.


Na acirrada indústria cinematográfica dos EUA há artistas que, estranhamente, fazem fila para trabalhar com J.J. Talvez, ainda, mais pelo sucesso de seus dois genuínos produtos criativos, do que pelo conjunto da obra. LOST e ALIAS marcaram a TV norte-americana e, conseguinte, pavimentaram seu sucesso internacional. Mas verdadeiramente foi só. No máximo podemos contabilizar FRINGE a isso e nada mais. Sempre com as devidas ressalvas, pois Abrams inicia um projeto, ou coloca seu nome nos créditos para vender mais fácil (como é o caso de Almost Human) e depois parte para outras coisas. De todas as suas produções, apenas FELICITY e ALIAS tiveram atenção especial dele.


Não fosse Hollywood dominada pelo capital sionista, Abrams, que é judeu, não teria nem metade do sucesso e renome que tem agora, ainda mais com os vários fracassos na TV, que fariam qualquer um sucumbir ante o mercado competitivo do showbusiness.






Nenhum comentário:

Postar um comentário